A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as pesquisas sobre a fosfoetanolamina sintética, popularmente conhecida como a pílula anticâncer, ouviu na última quarta-feira (21/2) a coordenadora do estudo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) Suleima Abou Jokh e o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Ildeu de Castro Moreira. A presidente de honra da SBPC Helena Nader testemunhou a convite de Moreira, apresentando um reposicionamento da organização, que antes era contrária à investigação da CPI. "Hoje vimos o debate e percebemos que a comissão busca esclarecer como foi usado o dinheiro público e se os protocolos aprovados na pesquisa foram cumpridos. Não cabe a nós julgarmos se o roteiro foi cumprido ou não, tentamos trazer o nosso conhecimento científico. Sabemos que os deputados chegarão a um relatório final de forma íntegra", disse. A reunião foi presidida pelo deputado Roberto Massafera (PSDB), que ressaltou os objetivos da CPI. "Houve entrevistas na Folha de São Paulo que ouviram só um lado e apresentaram vários equívocos. Não estamos discutindo resultados científicos ou médicos, e sim a aplicação dos recursos públicos em uma pesquisa que teve um roteiro descumprido", explicou. Além dos citados, estiveram presentes os deputados Cássio Navarro (PMDB), Carlos Cezar e Ed Thomas (PSB), Celso Nascimento (PSC), Milton Vieira (PRB), Ricardo Madalena (PR) e Rafael Silva (PDT). Requerimentos Foram aprovados todos os 10 requerimentos em pauta. Dentre eles, solicitação de cópias à PDT-Pharma dos certificados de análise química da fosfoetanolamina sintética produzida por ela e enviada para a Fundação para o Remédio Popular (Furp), bem como ao secretário de Estado da Saúde para que encaminhe diversos documentos relacionados à pesquisa da molécula. Foi aprovada ainda a convocação do presidente do Conselho Diretor do Icesp, professor Roger Chammas, e da advogada Alexandra Carmelino Zatorre para serem ouvidos pela CPI.