Uma audiência pública realizada na Alesp, na última quinta-feira (1º/3), reuniu autoridades e membros de associações internacionais para discutir o fim do confronto em Ghouta Oriental, na periferia de Damasco. A região vem sofrendo bombardeios pelo governo sírio e aliados, após o Conselho de Segurança da ONU aprovar por unanimidade um cessar-fogo humanitário de 30 dias no país. O encontro teve a iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL), que reivindicou ao Ministério das Relações Exteriores uma posição efetiva no sentido de contribuir para que cessem os bombardeios na capital da Síria. A área já foi um importante cinturão agrícola e está ocupada desde 2013. Seus 400 mil habitantes enfrentam dificuldades. "Eles sofrem com fome, disparos de morteiros e bombardeios de aviões sírios e russos. Também foi relatado o recente uso de gás cloro contra a população, mesmo depois de o governo sírio ter assinado a Convenção de Armas Químicas. O ditador Bashar al-Assad já havia usado gás sarin contra a população de Ghouta Oriental, em 2013, provocando a morte de centenas de pessoas", afirmou o parlamentar. Dentre os encaminhamentos propostos por Giannazi durante a audiência estão um pedido ao Itamaraty para o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com o governo ditatorial e o envio de moções de protesto à ONU e ao consulado Sírio em São Paulo, bem como o pedido aos governos estadual e federal para que seja reforçada a ajuda humanitária aos refugiados. Entre os presentes estavam Soraya Misleh, da Liga Internacional dos Trabalhadores, Mokhles Al Bannoud, da Oposição Síria no Brasil, Mohamad El Kadri, da Associação Islâmica de São Paulo, e os representantes Fábio Bosco (do PSTU) e André Massabki (da vereadora Sâmia Bomfim " PSOL). *Com a colaboração da assessoria do deputado Carlos Giannazi