Na última quarta-feira (14/3), a Assembleia Legislativa realizou um debate sobre a reativação da linha ferroviária do porto de Santos, no litoral sul, até o município de Cajati, no Vale do Ribeira. A centenária linha ferroviária está inativa desde 2003, e pode voltar a funcionar para mobilidade urbana e fins turísticos. A discussão voltou à tona depois de sancionada, no ano passado, uma legislação federal que possibilita às concessionárias de rodovias, ferrovias e aeroportos renegociarem a entrega de lotes que não tenham mais interesse em operar. Segundo o deputado João Caramez (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar em prol do Transporte Metroferroviário (FTRAM) da Alesp, a linha pode atender entre 1 e 2 milhões de pessoas em seu trajeto, além de transportar inúmeros produtos, em grandes e pequenas quantidades. "Nós poderíamos diminuir a quantidade de caminhões de areia, fertilizantes e pedras nas estradas e rodovias, diminuindo o trânsito." O secretário-geral da Asociación Latinoamericana de Ferrocarriles (Alaf) Jean Carlos Pejo acredita que uma legislação mais simplificada facilitaria o transporte de diversos produtos. "Principalmente em grande porte, como é o caso do milho e do trigo. Banana, palmito e mesmo pequenas pedras poderiam ser transportados nessa linha", disse. Com o objetivo de contribuir para a melhoria do transporte sobre trilhos, a FTRAM foi lançada em 7 de novembro de 2016 e conta com a participação de representantes de diversas entidades do setor, que apresentaram suas demandas e perspectivas de trabalho. É aberta à participação de representantes da sociedade civil, agentes públicos, empresários, especialistas e demais envolvidos e interessados no tema. Os trabalhos buscam contribuir para a eficiência da mobilidade urbana, especialmente na Região Metropolitana de São Paulo.