A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as pesquisas sobre a fosfoetanolamina sintética ouviu, na última terça-feira (27/3), o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), José Otávio Costa Auler Júnior. Em nota oficial, assinada por Auler, a instituição defendeu os métodos, o rigor científico e a seriedade de toda a equipe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com relação às pesquisas da molécula, que ficou conhecida como pílula anti-câncer. "Não participei da pesquisa, mas tenho certeza de que foi conduzida de maneira qualificada", disse Auler Júnior, que também é presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade (HCFMUSP). Embora tenha dito que a CPI é legítima, o diretor declarou que, caso houvesse dúvida com relação à eficácia da substância, "o caminho recomendável para a Alesp seria ajudar a viabilizar um novo estudo, em vez de instalar uma CPI". Segundo o relator, deputado Ricardo Madalena (PR), há equívocos e contradições nos depoimentos ouvidos pela comissão. "Temos diversas desconformidades que serão apresentadas no relatório final, como a diminuição do número de pacientes, o que desacredita a pesquisa", disse. O presidente da CPI, deputado Roberto Massafera (PSDB), ressaltou o objetivo da comissão: "Queremos a continuidade das pesquisas com a fosfoetanolamina sintética". Na próxima semana, o relatório final será apresentado para apreciação e aprovação, concluindo um trabalho de 90 dias. Além dos citados, estiveram presentes os deputados Ed Thomas (PSB), Márcio Camargo (PSC), Marco Vinholi (PSDB) e Rafael Silva (PDT).