No Dia Internacional do Autismo, um encontro reuniu familiares de crianças e jovens com o transtorno para um debate em torno das políticas públicas voltadas para as pessoas com este diagnóstico. Idealizada pelo deputado Luiz Carlos Gondim (SD), a sessão foi realizada no Auditório Paulo Kobayashi, na última segunda-feira (2/4). "O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento cuja causa é precoce, genética e intrauterina. Pode ter agravos ambientais, como uma infecção pré-natal, rubéola ou algum fármaco que a mãe tenha utilizado, mas a grande maioria dos casos é genética", explicou a neuropediatra Saada Ellovitch. Durante a audiência, a especialista falou sobre o espectro autista, os sintomas e o tratamento. "Nos últimos anos aprendemos a fazer o diagnóstico, então ficou mais fácil detectar o transtorno." Um dos assuntos tratados foi a alteração do edital relacionado ao atendimento dos alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas particulares do Estado. Com a mudança, algumas crianças não voltaram às atividades escolares em 2018. Edson Cinelli, pai do cantor autista Fernando Pavanni, reforçou a importância da atenção do governo para com os autistas e suas respectivas famílias. "Precisamos de políticas públicas, porque o tratamento particular é muito caro. O atendimento público e de qualidade é importante e trata-se não apenas de colocar o aluno dentro da classe, mas de realizar o tratamento diariamente. A família também tem de participar." Para o deputado Luiz Carlos Gondim, é preciso discutir o assunto de forma mais intensa. "É uma síndrome sobre a qual precisa haver mais debate, para que dessa forma as políticas públicas sejam ampliadas. O que temos observado é que mudanças por decreto do governo abalam principalmente a educação." Também compuseram a mesa do evento os deputados Alencar Santana (PT) e Carlos Giannazi (PSOL), a jornalista e escritora Andrea Werner, a psicóloga Fernanda Orsati, o professor da rede pública Lucelmo Lacerda e a promotora de justiça Sandra Massud.