Opinião - Ser caipira é uma lição de resistência
No dia 6 deste mês, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo prestou uma justa homenagem a 10 grupos, artistas e entidades que se destacam na promoção ou manutenção da cultura caipira de raiz. A entrega da segunda edição do Prêmio Inezita Barroso não foi apenas a necessária lembrança do nome de Inezita, que tanto fez pelo sertanejo, mas o reconhecimento de um conjunto de personagens que são, por excelência, sinônimo de resistência e luta, mesmo com tantas adversidades, em um cenário muitas vezes injusto e opressor.
A lembrança da roça pode parecer eventualmente um quadro romântico, mas quem já trabalhou na enxada, debaixo do sol, ou no arado, no manejo da boiada e nas inúmeras atividades desenvolvidas por pequenos produtores familiares, sabe que tem de ter o "coro grosso". Enfrentar a competição desleal de grandes empresas, muitas vezes sem nenhuma ajuda do Estado, é um sinal de resistência; aguentar o sol no pescoço, queimando através das frestas no velho chapéu de palha diariamente, enquanto emprega toda sua energia no trabalho, é um sinal de resistência.
Tocar e cantar música caipira, lutando para preservar uma cultura regional e seus costumes, mesmo em um mundo dominado por grandes investimentos em produtos e práticas culturais, sociais e econômicas descartáveis, que invadem cada recanto do país, também é um sinal de resistência. Cada uma e cada um desses grupos, espaços, entidades ou personalidades tem na sua existência uma carga simbólica imensurável, digna de celebração. Por esse motivo é que em 2015 redigi o projeto de resolução que criava o Prêmio Inezita Barroso. Aprovado pela Assembleia no início do ano seguinte, o prêmio passou a ser anual, garantindo assim que o Legislativo paulista também cumpra importante papel na preservação da cultura caipira.
Aproveito ainda para dar os parabéns a todas as entidades, duplas, artistas ou grupos homenageados, em nome do Coral Sertanejo do Clube da Viola de Bauru. Esses votos estendem-se a cada caipira, cada cumadre e cada cumpadre de todos os 645 municípios do nosso Estado, que permanecem como exemplo de resistência e luta, especialmente em um momento de retirada de direitos, prisões arbitrárias, supressão da democracia e fragilidade de nossas instituições, que seguem seu projeto de concentração de capital, à custa da população mais pobre.
Marcos Martins é deputado pelo PT
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