Governo poderá firmar parcerias com entidades para atender crianças com autismo


21/05/2018 17:18 | Da Redação

Compartilhar:

Fita quebra-cabeça, símbolo do autismo (fonte: Wikipediacopy)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2018/fg223561.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa autoriza o governo paulista a estabelecer convênios com entidades especializadas para atendimento de crianças com autismo. Os contratos têm como objetivo prestar suporte às famílias carentes de pessoas diagnosticadas com algum transtorno do espectro autista.

O deputado Orlando Bolçone (PSB) é autor do Projeto de Lei 427/2015. Ele afirma lutar pela causa há mais de 30 anos. "Tenho certeza de que vai beneficiar milhares de pessoas, em especial crianças e suas famílias. Essas pessoas podem e devem ser respeitadas e integradas de todas as formas. E o projeto vai prestigiar as instituições, em especial as filantrópicas que trabalham na área", disse.

Em decorrência dos proble­mas relacionados a custos de consultas e acompanhamento dos pacientes, o parlamentar ainda reforça que esses convênios dirigidos especialmente a pessoas com autismo facilitarão a vida dessas famílias. "Eu tenho certeza de que vai desburocratizar e melhorar o atendimento. Eu vejo como um avanço e um marco para as políticas sociais do Estado de São Paulo", disse.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno do espectro autista afeta uma em cada 160 crianças no mundo.

A psicóloga Fernanda Osarti atende pacientes diagnosticados com autismo. Ela destaca os desafios decorrentes da falta de atendimento público. "Quem não tem um atendimento específico acaba indo para um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), ou para uma Unidade Básica de Saúde, locais em que não há treinamento da linguagem ou outra habilidade que possa auxiliar o paciente".

O projeto agora segue para a sanção do governador Márcio França.

Símbolo do autismo

Outra medida aprovada na Alesp prevê que o símbolo mundial da conscientização do autismo seja obrigatório nas placas de atendimento prioritário. A determinação vale tanto para estabelecimentos pú­bli­cos quanto privados. O símbolo do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a fita quebra-cabeça, que, em cores diferentes, representa a diversidade de pessoas e famílias que convivem com o transtorno.

Para o autor da proposta, deputado Cássio Navarro (PSDB), a ideia é fazer com que os autistas tenham atendimento prioritário. "É um símbolo mundial que vai ser introduzido no estado de São Paulo para poder garantir esse respeito, que as pessoas muitas vezes não exercem por falta de conhecimento. Agora com este símbolo que será instalado em todos os espaços públicos e de grande circulação, a população como um todo vai ganhar".

Segundo a Associação Brasileira de Autismo, o TEA se revela por alterações no comportamento desde muito cedo na vida das crianças. Essas mudanças são de ordem social, na dificuldade da interação, na comunicação e no uso da imaginação. Ao mesmo tempo da conduta repetitiva e restrita, os portadores de autismo possuem inteligência que podem chegar acima da média, podendo variar de acordo com o transtorno.

O símbolo mundial da conscientização do autismo foi adotado em 1999. O projeto de lei que obriga que ele seja incluído em placas de atendimento prioritário segue agora para a sanção do governador de São Paulo.

alesp