Admiradores, colegas, oncologistas e entes próximos ao jornalista reuniram-se para celebrar o lançamento da Medalha Ricardo Boechat, na sexta-feira (26/4). O evento foi realizado pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), no auditório Teotônio Vilela da Alesp, a pedido da deputada Maria Lúcia Amary (PSDB). O jornalista, âncora e locutor de rádio teve um tipo de câncer " ou neoplasia " de pele chamado carcinoma basocelular, em 2015, extirpado por uma microcirurgia. A partir de então, passou a prestar ajuda em causas relacionadas e a lutar pelo melhor acesso a aparelhos e clínicas de qualidade para todos. Boechat faleceu em 11 de fevereiro de 2019, aos 66 anos, vítima de uma queda de helicóptero na capital paulista. Sua mãe, Mercedes Boechat, ressaltou a importância de os poderes públicos darem maior atenção à população carente, principalmente no âmbito da saúde. "Ricardo sempre foi muito sensível à causa do câncer, não apenas pelos casos de pessoas queridas nossas que já passaram por isso, mas principalmente pelo tanto de gente que ele já ajudou", declarou Veruska, viúva do jornalista. Ela destacou ser essencial "ajudar a população carente que, muitas vezes, não tem a quem recorrer". O presidente da SBC, Ricardo Antunes, comentou sobre o quão importante é a tecnologia de prevenção ao câncer. Segundo ele, com ações como o combate ao tabagismo e ao sedentarismo, adoção de hábitos saudáveis e realização de exames precoces, cerca de 60% dos casos podem ser evitados. "As neoplasias são doenças socioambientais e caminham para ser o primeiro motivo de morte no Brasil. São 600 mil casos subestimados por ano. É um problema enorme em um país tão desigual. Se não divulgarmos, as pessoas não terão conhecimento sobre a gravidade disso", disse. Nise Yamaguchi, oncologista clínica do Instituto Avanços da Medicina, elogiou a realização do evento na Alesp, conhecida como "a Casa do Povo", traçando uma analogia com o fato de Boechat "estar diariamente presente nas residências do Brasil, fazendo a diferença em muitas vidas".