O Projeto de Lei 183/2019 que tramita na Assembleia Legislativa e autoriza a concessão de uso de parte do Parque Estadual Fontes do Ipiranga, para a exploração do Zoológico de São Paulo, do Zoo Safári, do Jardim Botânico foi pauta de nova audiência pública nesta quarta-feira (29/5), no auditório Franco Montoro. O ponto central do encontro foi o futuro da pesquisa científica no Instituto de Botânica que fica dentro do Jardim Botânico, um dos locais a ser concessionado pelo projeto de lei do Poder Executivo. Segundo o líder do governo na Casa, deputado Carlão Pignatari, "as pesquisas não sofrerão nenhuma mudança. "Não iremos concessionar a pesquisa paulista.", afirmou e explicou a importância da concessão. Segundo ele, trata-se apenas de uma medida para a diminuição do custo do estado e para o contribuinte. "Não iremos concessionar a pesquisa paulista. É um instituto de pesquisa importantíssimo, não será concessionado, continuará a pesquisa pública ali no Jardim Botânico", assegurou. Importância da botânica Eduardo Catarino, ex-diretor do Instituto Botânico e pesquisador da área, acredita que dissociar o local de pesquisa do ambiente popular afetará a vida dos 50 pesquisadores em atividade atualmente. "O Jardim Botânico é a nossa porta de entrada para mostrar à sociedade a importância da botânica e o seu uso na vida das pessoas. O Jardim Botânico é parte essencial do Instituto de Botânica. As pesquisas estão atreladas a planos internacionais, a planos nacionais, mas também voltadas para o público que visita o Jardim Botânico. A área física é a mesma, só que tem uma área que é aberta ao público e outra mais reservada ao público", analisou. Para Catarino, a iniciativa privada não terá interesse nas pesquisas e isso pode afetar esta área que está dentro da que será posta para concessão. "As pesquisas científicas não são de interesse da iniciativa privada. No meu modo de ver, privatizando a área pública do Jardim Botânico, o Instituto de Botânica ficará à mercê de qualquer ingerência futura. Nós perderemos nossa área de contato com o público, para mostrar inclusive a importância do trabalho que fazemos. Nós nascemos juntos e gostaríamos de estar juntos", acrescentou.