Opinião - Os extremismos não nos levarão a lugar nenhum
Nos últimos anos, o extremismo político vem crescendo de modo alarmante no Brasil. Posicionamentos apaixonados e incoerentes se misturam com discursos inflamados e violentos, carregados de reações extremas e radicais. Os que se posicionam desse modo não costumam apenas apresentar soluções simples para problemas complexos e profundos, eles não aceitam o contraditório. Essa é, infelizmente, uma tendência mundial e que já foi vista em outros períodos históricos da humanidade.
Acredita-se que a forte crise de representação política, que teve o seu ápice nos últimos anos, seja uma das causas do crescimento desses grupos. O extremismo não está relacionado a um posicionamento ideológico específico, na verdade ele pode existir na direita ou na esquerda. O filósofo político e historiador italiano, Norberto Bobbio (1909 " 2004), em seu livro "Direita e Esquerda. Razões e significados de uma distinção política", chega ao ponto de afirmar que as ideologias opostas encontram pontos de convergência em suas alas radicais, já que esses movimentos têm muito em comum, não no âmbito dos programas ideológicos, mas pelo fato de pertencerem à ala extremista contraposta à ala moderada. Bobbio afirma que os "extremos se tocam". Concordo com ele, os extremos têm muitos pontos em comum.
O problema é que a atuação desses grupos radicais não fica restrita ao campo das ideias, muitas vezes eles passam a ter uma postura violenta nas plataformas digitais e até mesmo nas ruas, inclusive com o uso do terror contra os indivíduos ideologicamente contrários a eles. O discurso de ódio propagado por esses grupos é profundamente maléfico para a construção de uma sociedade democrática, na realidade os radicais de esquerda e de direita têm em comum a antidemocracia. As ideologias extremistas foram responsáveis pela maior parte das tragédias humanas dos últimos séculos, sendo de esquerda (comunismo) ou de direita (fascismo).
A divisão do universo político em direita e esquerda é algo habitual há mais de dois séculos e é muito democrática, mas, diferente da ala moderada que debate de forma equilibrada posições opostas, os extremistas prejulgam e depreciam aqueles que eles consideram seus oponentes. Toda a sociedade que possui uma democracia madura deveria tolerar a existência de diversos grupos ideológicos, pois é essa diversidade que melhora o nível do debate público e político. As vozes discordantes não podem ser tratadas como inimigas, pois elas fazem parte do diálogo construtivo e equilibram a discussão política.
Ao ignorar opiniões contrárias, os indivíduos podem, perigosamente, se aproximar do fanatismo político, aderindo cegamente a uma posição ou sistema político. O que vemos hoje, infelizmente, são multidões que buscam apenas desconstruir o discurso e a autoridade de seu "inimigo", quando deveriam debater de modo civilizado formas de construir uma nação mais justa, democrática e desenvolvida. Os políticos que compõem as câmaras municipais e assembleias legislativas, o Congresso Nacional e o próprio executivo não deveriam utilizar esses espaços para fomentar verdadeiras guerras ideológicas, mas para dialogar sobre o futuro de nossa nação.
É preciso ter autocrítica, nem sempre seguir as multidões é a melhor forma de construir uma democracia. Como diria o pensador francês Gustave le Bom (1841 " 1931), em sua obra Psicologia das multidões, "na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e, consequentemente, suas personalidades se enfraquecem". Precisamos refletir!
Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB
Notícias relacionadas
- Deputado conquista retorno do Campeonato Brasileiro de Motocross a Indaiatuba
- Deputada realiza seminário para marcar os 35 anos do ECA e debater a adultização nas redes sociais
- Ituverava recebe Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) online para denunciar violência contra mulheres
- Deputado é homenageado com medalha do COPOM em celebração aos 115 anos da unidade
- Deputada participa de seminário sobre paternidade responsável na Alesp
- Deputado participa das comemorações dos 199 anos de Tatuí
- Projetos e ações as entidades sociais e assistências é pauta de reunião na secretaria estadual de Desenvolvimento Social
- Opinião - Uma queda de braço que pode custar vidas em Osasco
Notícias mais lidas
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Velório de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil, será realizado na Alesp
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- Alesp sedia abertura da Volta Ciclística Internacional do Estado de São Paulo
- Na Alesp, professores da rede pública de São Vicente reivindicam direitos trabalhistas
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações