O suicídio de policiais militares e civis tornou-se uma preocupação constante para as corporações. Na última sexta-feira (25/10), o deputado Delegado Bruno Lima (PSL) promoveu um encontro para discutir medidas que possam contribuir com o combate ao suicídio de policiais. A ideia do encontro foi reunir informações que possam converter-se em políticas públicas e maior apoio aos policiais que vivem sob estresse constante. A psicóloga Maria Cecília de Vilhena Moraes foi convidada para palestrar sobre o assunto. Segundo a especialista, os diferentes tipos de estresse que os policiais passam pode contribuir com o índice de suicídios. "No caso dos policiais existe o estresse de diferentes naturezas. Existe o estresse da própria profissão, pois envolve a violência e o perigo, e isso já vem pelo próprio fato de ser um policial. Há a questão psicológica também, que pode envolver a carreira e o salário. E também há o estresse social, que é sobre como a polícia é vista pela sociedade e representada na mídia. Todas essas são questões que afetam bastante os policiais", explicou. No encontro, Maria Cecília também esclareceu quais seriam os sinais que podem indicar que alguém pretende cometer o suicídio para que as pessoas ao redor reconheçam os comportamentos e possam tomar as previdências necessárias, como acionar a rede de apoio dos policiais. Na mesa do evento, a coronel da Polícia Militar, Mônica Puliti D. Ferreira, esclareceu como a corporação vem enfrentando os casos. "O suicídio entre policiais militares é uma realidade enfrentada há muitos anos. Desde 2002, a Polícia Militar tem o sistema de saúde mental. Temos programas de prevenção ao suicídio, de prevenção a transtornos pós-traumáticos, assim como também proporcionamos atenção às famílias e aos policiais que passaram por ocorrências que tenham gerado um grande estresse. Hoje, tentamos alertar aos PMs sobre os fatores de risco e como aumentar os fatores de proteção. Com medidas, conseguimos uma redução no número este ano, mas pretendemos melhorar isto ainda mais", disse Mônica. O deputado Delegado Bruno Lima intermediou a mesa do encontro e explicou por que convidar representantes das polícias para falarem sobre o assunto. "Estamos acompanhando vários casos de suicídio de policiais tanto civis como militares, e também de profissionais de outros braços da segurança pública. É importante debatermos para sairmos com um projeto e com medidas concretas, para fazer com que isso não ocorra. Nós sabemos que a categoria precisa de valorização salarial, da contratação de novos policiais, mas precisamos dar um primeiro passo. Não podemos fingir que isso não está acontecendo", afirmou.