Em São Paulo, o governo já sinalizou que pretende adotar o sistema de privatização nos presídios estaduais. Uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (13/11) no auditório Teotônio Vilela, discutiu o assunto com autoridades americanas e brasileiras, ligadas à área de segurança. Denise Motta é subsecretária regional da Internacional de Serviços Públicos e acredita que as empresas só visam lucro e não garantem direitos. "Na verdade, as empresas têm o objetivo de obtenção de lucros e isso acaba não combinando com garantia de direitos humanos, de direitos trabalhistas e com a manutenção da segurança pública". O deputado Carlos Giannazi (PSOL) coordenou a audiência e opinou que as privatizações dos presídios podem fortalecer a atuação de facções criminosas. "Isso não vai funcionar em São Paulo, porque nós sabemos a engrenagem do sistema carcerário no Brasil e no Estado de São Paulo, estamos em conversas com servidores, com as associações e se já não funciona com pessoas que têm experiência, fico imaginando com essas empresas privadas que só visam lucro". Segundo o deputado federal Capitão Wagner (PROS), que é vice-presidente da Frente Parlamentar do Sistema Prisional no Congresso, a privatização não é viável e a segurança é dever do Estado. "Algumas atividades são exclusivas de servidores públicos, o poder de punir um detento, por exemplo, é dos policiais", explicou. Também esteve no evento o presidente da Federação dos Servidores Públicos de Nova York, Wayne Spence.