Associação de Médicos Negros é lançada na Alesp






A Assembleia Legislativa de São Paulo foi palco da oficialização do Instituto Luiza Mahin (ILM), que rege médicas e médicos negros. A intenção é "assegurar equidade de direitos políticos, educacionais, sociais e econômicos para alavancar a luta antirracista, garantindo saúde e bem-estar para o povo negro", de acordo com documento da Associação de Médicas e Médicos Negros, entidade lançada na sexta-feira (6/12).
"É um momento histórico. É a primeira associação oficial e não é só um grito pela representatividade real, já que somos 50% da população e somos minoria na medicina e na academia médica. Isso tem mudado com as cotas, porém o caminho é longo. O Instituto vem para mostrar que temos mais profissionais negros na medicina e apoiar os estudantes", disse Andrea Gonçalves, médica ginecologista e obstetra, coordenadora de comunicação da associação.
A presidente da Associação de Médicas e Médicos Negros, Ionata Souza, descreveu o momento vivido com o início da ILM. "A função do ILM acontece em decorrência de que nós, médicos negros, estamos aumentando em número graças às políticas de ações afirmativas do governo e existe o privilégio do acesso à educação ser expandido", declarou.
Matheus Gato, sociólogo e professor da Universidade de Campinas, ressaltou a importância da organização na luta pelos direitos dos negros. "A questão do direito à vida se tornou o ponto central. De que vidas negras importam, a luta contra o genocídio da juventude negra. Nesse sentido, uma associação de médicos negros radicaliza as pautas desse movimento e, por outro lado, mostra um entendimento complexo de como o racismo funciona na sociedade brasileira. Se médicos se organizam para montar uma associação particular é porque não se sentem contemplados pelas demais associações que existem".
A deputada Erica Malunguinho (PSOL) esteve presente na oficialização do Instituto Luiza Mahin e acredita que este é o início de mudança de visão na categoria e que é preciso incentivar práticas como esta.
"Pensar também em políticas públicas de saúde específicas para a população negra, que tem especificidades que precisam ser olhadas de perto, não só por médicos negros, mas por todos os médicos. A criação da associação e ter essa demarcação territorial revela a necessidade de termos médicos e médicas que olhem para a saúde da população negra", finalizou.
Outro ponto que será abordado no ILM é a garantia da educação do povo negro sobre sua história, informar o público sobre os efeitos adversos do racismo. Ainda segundo documento da instituição, os projetos a médio e longo prazo são os seguintes:
- Sustentabilidade econômica para o povo negro
- Educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada para o povo negro.
- Saúde pública, gratuita, universal, equânime e integral para o povo negro.
- Segurança pública e combate ao encarceramento sistemático da população negra.
- Representatividade política como condição essencial para exercício do direito ao voto.
- Fomento do engajamento de jovens e jovens adultos negros na luta antirracista.
Mais informações, no site www.institutoluizamahin.org
Quem é Luiza Mahin
Era quituteira nas ruas de Salvador, seu oficio também lhe permitiu atuar como um ponto de comunicação e articulação entre os escravos e não escravos revolucionários, que aparentemente compravam seus quitutes, e trocavam bilhetes com recados acerca da organização da Revolta dos Malês.
Foi líder e articuladora de grupos revolucionários negros, reunindo mais de seiscentos negros e negras revolucionários rebelados naquele dia. Em 1937 partiu da Bahia para o Rio de Janeiro e não foi mais encontrada. Segundo alguns historiadores, ela foi deportada para a África, como pena por sua participação na revolta.
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