De pandemia a crise política - veja os assuntos da Tribuna Virtual


27/04/2020 17:08 | Plenário | Maurícia Figueira - Foto:Bruna Sampaio

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A Tribuna Virtual desta segunda-feira (27/4) começou com o deputado Paulo Fiorilo (PT) comentando sobre a coletiva de imprensa feita pelo governador e pelo prefeito da capital hoje. "A fala do prefeito foi mórbida, dizendo de quantas covas serão abertas, de quantos caixões serão comprados, de quantas câmaras frigoríficas serão contratadas". Fiorilo considera a situação de São Paulo grave e informou que pediu ao Ministério Público que o governador apresente dados mais precisos sobre a doença. "Não basta fazer o discurso, pedir para ficar em casa, dizer quantos leitos. Precisamos saber onde a doença tem se espalhado", afirmou. O deputado também falou sobre a situação política no governo federal. "Há denúncias que envolvem os filhos do presidente. No meio de uma pandemia, em que morrem muitas pessoas, percebemos que o país não tem um condutor, uma pessoa qualificada para conduzir neste momento tão perigoso que vivemos". Finalizando seu discurso, o parlamentar falou sobre os produtores de hortaliças da região de Cotia, Piedade e Ibiúna. "Eles vão perder 200 toneladas de produtos porque não há como escoar essa quantidade. Imagine daqui a um, dois meses, como estarão esses produtores". Para Fiorilo, o Estado poderia comprar uma parte dessa produção para evitar tamanho desperdício.

Em seguida, pronunciou-se o deputado Dr. Jorge Do Carmo (PT), que pediu o adiantamento das emendas parlamentares relacionadas à saúde pública para o combate ao coronavírus. "A saúde pública necessita desses recursos", afirmou. O deputado também pediu a construção de um hospital de campanha na Zona Leste da capital. Para ele, a saúde é prioridade absoluta no momento. "Temos visto cenas horríveis, como escavação de valas para sepultar as pessoas".

Isolamento social

O assunto do deputado Marcio da Farmácia (PODEMOS) também foi a pandemia. Segundo ele, o isolamento tem ajudado a diminuir a proliferação da doença. "O melhor é não sair de casa, mas se sair, use máscara". Ele disse que vários prefeitos têm pedido que os deputados conversem com o governador para diminuir o isolamento por conta do impacto econômico. Marcio da Farmácia considera que o governador está planejando ações para minimizar esse impacto. Assim como o deputado anterior, o parlamentar também comentou sobre as emendas parlamentares. "Fiz várias emendas parlamentares para ajudar ONGs, Santas Casas, hospitais estaduais com reforma e equipamentos". O parlamentar considera positivo o Projeto de Resolução 3/2020, que propõe a redução dos salários dos deputados para ajudar no combate ao coronavírus. "A Assembleia Legislativa foi a primeira Casa do Brasil que tomou essa iniciativa". Finalizando, o parlamentar falou sobre o hospital Quarteirão da Saúde, que atende Diadema e região. O hospital tem uma área reservada para um programa de reabilitação física e motora que ainda não está em funcionamento. "São dois mil metros parados, poderíamos usá-los como hospital de campanha para atender a população da região".

Contágio nos transportes públicos

Para o Rafael Silva (PSB), não adianta impor medidas de isolamento social se os ônibus estão circulando lotados. O transporte público é um grande fator de disseminação do vírus, segundo Rafael Silva. "No dia 20 de março, em Manaus, a prefeitura jogou desinfetante nos ônibus. Naquele momento eles tinham 3 casos positivos e nenhuma morte". De acordo com Rafael Silva, desinfetar o chão não resolve. "O vírus permanece no ar por um tempo. As pessoas vão transferir o vírus de uma para outra, no ônibus". Segundo o parlamentar, os números de mortes e de pessoas contaminadas é muito maior do que os números divulgados. "O sujeito, para passar por um exame, tem de chegar ao hospital numa situação difícil, é internado e aí sim vai ser examinado. Fora dessa circunstância, não existe o exame".

Identidade de gênero

De acordo com o orador seguinte, o deputado Carlos Giannazi (PSOL), o principal assunto do dia é uma vitória que derrotou o movimento escola sem partido. "Praticamente todos os ministros do Supremo Tribunal Federal apoiaram a ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] da Procuradoria-Geral da República contra uma lei do município de Novo Gama, em Goiás". A lei proibia o debate sobre sexualidade e identidade de gênero nas escolas da rede municipal. "Agora é crime proibir que o professor faça esse debate com seus alunos". Ao saber da decisão do STF, membros do movimento escola sem partido, segundo Giannazi, soltaram uma nota incitando a violência, dizendo que os pais poderiam fazer justiça com as próprias mãos. "Isso é um absurdo total", concluiu Giannazi.

Continuando, Carlos Giannazi comentou a entrevista coletiva concedida pelo prefeito Bruno Covas. "Fiquei chocado com uma fala do prefeito Bruno Covas que fala do plano funerário de emergência, compra de refrigeradores de corpos".

O parlamentar também abordou a crise política do governo federal. "Além da pandemia, estamos vivendo um pandemônio no país, com a crise causada pela demissão do Ministro da Justiça". Giannazi considera que não dá para combater o coronavírus com o presidente Bolsonaro. "É preciso uma atitude do Supremo Tribunal Federal. Há 24 pedidos de impeachment do Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Não dá para passar por essa pandemia com um presidente que só pensa em fazer disputa política, um presidente autoritário que quer instrumentalizar os órgãos públicos para acabar com as investigações", finalizou.


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