Ampliando o acesso e a participação da juventude na política, em 2024 o programa Democracia Jovem, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aproximou centenas de estudantes paulistas do processo legislativo e do exercício da cidadania.

Lançado em 15 de maio de 2024 pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP), o programa possibilitou a realização de diversas ações para incentivar a participação e desenvolver o conhecimento dos jovens sobre o processo político.

Somente no ano de lançamento, a iniciativa promoveu aulas, simulações de atividades legislativas e criação de leis, visitas guiadas ao Parlamento Paulista, e um intercâmbio para a Itália, em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), para debater questões de igualdade e justiça social.

"Essa é a Casa do Povo, mas boa parte da população não a conhece. O Democracia Jovem é mais um programa que construímos para inserir a juventude dentro da Alesp, para que ela possa colocar suas opiniões e suas ideias e conhecer os deputados estaduais e como estão votando", disse o presidente da Assembleia, André do Prado, no evento de lançamento do programa.

Jovem Legislador

Nos meses de setembro e outubro, o programa disponibilizou para 446 estudantes de todo o país o curso Jovem Legislador. Voltadas a alunos do ensino médio, foram ministradas oito aulas ao longo dos dois meses. Elas abordaram conceitos iniciais do processo político brasileiro, como democracia e os três poderes da república, bem como a participação cidadã na política e a formulação de propostas legislativas.

Com uma estrutura que alternou semanas de aulas teóricas e atividades práticas, o formato permitiu que os estudantes aplicassem os conhecimentos adquiridos em situações simuladas, incentivando o desenvolvimento de habilidades essenciais como oratória, pensamento crítico e compreensão do sistema democrático brasileiro.

Portas Abertas

Além de apresentar a teoria, o Democracia Jovem também promove o aprendizado com atividades práticas. Em parceria com o Departamento de Comunicação Social da Casa, jovens das mais diversas idades têm a oportunidade de conhecer as instalações do Parlamento Paulista por meio da iniciativa Alesp de Portas Abertas, que somente no ano passado recebeu um total de 4.729 visitantes.

Em algumas dessas visitas, os participantes tiveram a oportunidade de simular um dos processos necessários para o avanço de qualquer projeto de lei na Alesp: uma reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

"Aqui os jovens podem colocar suas emendas e defenderem seus pontos. Estão vendo a mágica da Alesp acontecendo", afirmou Rhebeca Luiza, servidora do ILP e coordenadora do programa Democracia Jovem, em uma das visitas.

Eduardo Diniz da Silva, um dos estudantes que visitou a Casa e participou de uma das simulações, ressaltou a importância da atividade para conhecer os processos legislativos e incentivar a participação popular, discutindo propostas de políticas para o estado. "Eu acho que uma experiência como essa nos incentiva muito a querer participar e talvez um dia estar numa mesa dessa [do Plenário]. Realmente agrega muito", declarou.

Intercâmbio

Ainda por meio da iniciativa, a Alesp enviou dois jovens para Cagliari, na Itália, para representar São Paulo em um curso promovido pela Unesco. Ao longo de uma semana, foi realizada uma série de palestras, debates e atividades práticas que pensavam formas de promover a inclusão social, desenvolver cidades sustentáveis e garantir os direitos humanos.

Promovido pela Coalizão Internacional de Cidades Sustentáveis e Inclusivas (Iccar), a 3ª edição do Youth Bootcamp for Inclusive and Sustainable Cities reuniu lideranças de 20 a 30 anos de todo o planeta. Através do Democracia Jovem, o ILP realizou um edital e selecionou Mariana Bialski e Felipe Ramos, que receberam uma bolsa para participar do evento.

"Tivemos diversos momentos de troca com os participantes de diversos países do mundo, em que eles puderam contar um pouco sobre os planos de ação que pensaram. Com isso, entendi que, muitas vezes, acreditamos que os nossos problemas são muito diferentes dos outros países, quando, na verdade, são bastante similares", contou Mariana.

"Eu volto muito feliz. A experiência foi muito positiva e o programa foi muito rico. Vimos um pouco de tudo, desde reflexões mais filosóficas sobre o que consideramos conhecimento, até alguns exemplos mais práticos do que tem funcionado em algumas cidades da Europa", comentou Felipe.

Os jovens ainda tiveram que pensar em planos de ação, baseados no que aprenderam, para serem aplicados nas cidades onde vivem. No caso de Mariana e Felipe, a expectativa é que essas iniciativas contribuam para fortalecer políticas públicas voltadas para a juventude.