O que vi com os olhos de menina, quando chegamos aqui, se transformou. Hoje, Hortolândia comemora seus 34 anos de cidade emancipada de Campinas e de Sumaré.

Chegamos por volta de 1974, no bairro Nossa Senhora de Fátima, com poucas casas, terra solta, chão batido...Quando chovia, até tínhamos um pouco mais de água, mas também muito barro. Mesmo assim, era um lugar para ser a nossa casa.

Dizer que morávamos em Hortolândia era, ainda tempos depois, motivo de preconceito - algo que não era bem visto. Faltava quase tudo que se precisa para viver com dignidade: água, luz, esgoto, ônibus e até mesmo escola. Aprendemos a nos ajudar, a nos unir, a cuidar uns dos outros. Foi assim?

Até que um enorme muro foi construído em nossa Estrada do Jatobá. E nós o derrubamos.

Hoje, a cidade que já foi o patinho feio, conhecida como cidade dos presídios, é a cidade que mais cresce. É a segunda cidade em saneamento básico no Brasil. Ainda perguntam: qual foi o segredo? Qual foi o milagre?

Em 2004, eu e Ângelo assumimos um compromisso: deixar sempre claro, para não gerar qualquer dúvida - nunca fomos nós. Mas então, quem foi? Foi Deus. Com toda a reverência devida, e respeitando todas as manifestações de fé e credo.

Testemunhamos um amor sublime, que cuidou dos detalhes...e dos projetos grandiosos. Tivemos a oportunidade de encontrar muita gente que ama a nossa casa. E aqui, pudemos trabalhar.

Como filha, mãe, mulher, servidora, advogada ou deputada, sigo com o compromisso que assumi: agradecer cada desafio vivido. Agradecer a nossa casa, feita por tantas mãos, tantos sonhos - que continuam sendo construídos.

Nossa terra é abençoada.

Com fé, amor e carinho,

Ana Perugini