Com grandes produtoras e eventos, São Paulo é referência no cinema documental

Reconhecido internacionalmente, cinema documental brasileiro assume papel importante na formação cultural e educacional; Rede Alesp conta com lista de documentários sobre a história do estado
07/08/2025 18:01 | Arte e cinema | Louisa Harryman - Fotos: Agência Alesp e Rovena Rosa/Agência Brasil

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Rede Alesp conta com produção de documentários<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350558.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cinemateca Brasileira, em São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350579.jpeg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sala de cinema da Cinemateca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350563.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Eu acho que o Brasil tem muita história para contar. É um país onde a realidade supera a ficção. É um terreno muito fértil para documentário. Se você virar a esquina, vai ter alguma história legal pra contar". Essa fala de Laura Artigas, jornalista e cineasta, ressalta a riqueza de narrativas a serem contadas no Brasil.

Hoje, 7 de agosto, é celebrado o Dia Nacional do Documentário Brasileiro. A data foi escolhida em homenagem ao cineasta Olney São Paulo, um dos precursores do cinema documental no país e importante nome do Cinema Novo no Brasil.

São Paulo como referência

O cinema documental brasileiro é reconhecido internacionalmente pela sua alta qualidade e tradição. A diversidade de temas e narrativas exploradas refletem nessas produções e contribuem para o interesse do público no gênero, que aumenta a cada ano.

O estado de São Paulo é referência quando se fala em produções documentais. Anualmente, a Capital paulista sedia o Encontro Internacional de Documentário de São Paulo, um evento de mercado com objetivo de construir pontes entre realizadores documentaristas brasileiros e players internacionais. "O DOC SP, como é um evento de mercado, é um facilitador. O papel destes eventos é facilitar que os negócios aconteçam, facilitar que as relações se deem", explica Julia Gallego, produtora executiva do DOC SP.

Neste ano, as atividades presenciais do encontro ocorrem entre os dias 6 a 9 de agosto. Parte da programação também é oferecida online, o que, para a produtora, é essencial para democratização da cultura: "a maior parte das nossas atividades são gratuitas e a gente tem também programação online, olhando para esse alcance que é também geográfico".

Gallego destaca que São Paulo, como principal região de produção audiovisual no Brasil, tem "uma grande responsabilidade, no contexto nacional, em promover práticas que ajudem no processo de distribuição do cinema".

Junto com o Rio de Janeiro, São Paulo recebe anualmente o É Tudo Verdade, maior festival de cinema documental da América Latina. Desde a sua estreia em 1996, o festival é referência no gênero e vitrine para a excelência da diversidade audiovisual brasileira e internacional.

Outra iniciativa, dessa vez da Prefeitura de São Paulo, o Circuito SPCine tem o objetivo de levar a experiência do cinema a todas as regiões da Capital paulista. Salas de cinema nos CEUs (Centros Educacionais Unificados) recebem sessões de filmes de diversos gêneros ofertadas gratuitamente ou por um preço popular de até R$ 4.

Cultura, educação e retorno

Os documentários são obras culturais com grande valor social e retorno para sociedade, já que fortalecem a identidade nacional do povo e retornam em várias áreas da economia. "Além de gerar cultura, crescimento crítico, muita coisa boa, eu acho que isso tudo retorna, porque muita gente é empregada em uma produção mínima", afirma Artigas.

Para Julia Gallego, o investimento em cultura também impacta na estruturação econômica de toda uma cadeia. "Fortalecer a cultura de um país, fortalecer a produção cinematográfica, é fortalecer a possibilidade de imaginar futuros", reflete.

O papel dos documentários de contextualizar e informar também pode ser grande aliado da educação, atuando como recursos pedagógicos dentro das salas de aula. "Quando a gente fala do aspecto educativo do cinema, a presença de conteúdo audiovisual dentro das escolas tem esse viés conectado à educação formal", explica Gallego.

História

O cinema chegou ao Brasil em 1896, mas foi apenas dois anos depois que as primeiras imagens em solo nacional foram produzidas. Desde o início, o audiovisual brasileiro é marcado por registros não-ficcionais da realidade - as filmagens pioneiras mostravam cenas cotidianas, como "Chegada do trem em Petrópolis" e "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí".

Durante as décadas de 1960 e 1970, cresceu no Brasil um movimento de resposta ao cinema tradicional que dominava as bilheterias e ao período conturbado que o país passava. Os filmes da época eram politizados e procuravam denunciar injustiças sociais, como "Aruanda" (1959) e "Arraial do Cabo" (1960).

Desde então, os documentários sempre foram parte importante da produção cinematográfica no país e também do consumo desta arte. Grandes nomes com reconhecimento internacional foram essenciais para o avanço do cinema documental no Brasil, como Eduardo Coutinho, Vladimir Carvalho, Petra Costa e João Moreira Salles.

Documentários da Alesp

Confira abaixo recomendações de documentários produzidos pela Rede Alesp para conhecer melhor a história do nosso estado:

1932: a revolução paulista quando São Paulo enfrentou o Brasil

190 anos da Alesp

35 anos da Constituição Paulista de 1989

Memória SP

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