Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é tema de ato solene na Alesp

Evento reuniu ativistas que pedem pelo fim dos conflitos na Faixa de Gaza e pelo reconhecimento oficial de um Estado palestino
02/12/2025 16:28 | Oriente Médio | Louisa Harryman - Fotos: Rodrigo Costa

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Solidariedade com palestinos foi tema do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2025/fg357823.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maurici: Estado Palestino independente e soberano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2025/fg357845.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cortez: colonização genocida e brutal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2025/fg357846.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Monica Seixas: romper parcerias com Israel<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2025/fg357847.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mourad: genocídio e limpeza étnica<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2025/fg357848.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta segunda-feira (1°), uma solenidade em comemoração ao Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino, celebrado em 29 de novembro. A iniciativa foi do deputado Maurici (PT) e reuniu ativistas que lutam pelo fim dos conflitos na Faixa de Gaza.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977, exatamente três décadas depois da aprovação da Resolução 181, em 29 de novembro de 1947. O documento oficializou a partilha da Palestina em dois territórios, um árabe e um judeu, e deu origem ao Estado de Israel no ano seguinte.

"Neste Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, a nossa tarefa vai além das palavras. Precisamos nos comprometer com uma solidariedade ativa, que defenda a vida, o direito internacional e a justiça. Precisamos insistir com firmeza por um Estado palestino reconhecido, pleno e soberano", afirmou Maurici.

Conflito histórico

Desde a aprovação da Resolução 181, árabes e judeus vivenciam situações de confronto e insegurança na região. "Israel nunca aceitou os limites fixados pela partilha. Na verdade, nunca aceitou a existência de um Estado Palestino. De 1948 até hoje, expandiu suas fronteiras por meio da força, mediante guerras, ocupações e assentamentos ilegais", explicou o deputado.

A tensão agravou depois de 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas (grupo nacionalista islâmico). Desde então, já são mais de 70 mil mortes e milhares de desaparecidos na Faixa de Gaza.

Emir Mourad, secretário geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac), declarou que os palestinos são vítimas de genocídio e limpeza étnica desde 1948. "A Palestina não é apenas um território, é uma pergunta lançada ao mundo. Que tipo de humanidade somos, se aceitamos que um povo inteiro seja triturado diante dos nossos olhos?", questionou o ativista.

Apoio internacional

Maurici destacou que, nos últimos meses, novos países se somaram ao reconhecimento oficial do Estado palestino. "Cada nova nação que assume essa posição fortalece a legitimidade dessa demanda histórica e pressiona a comunidade internacional a assumir uma postura mais firme diante das violações que persistem", disse.

Também esteve presente no evento o deputado Guilherme Cortez (Psol), coordenador do Grupo de Amizade Brasil-Palestina. O deputado disse que a história das duas nações é marcada pela violência que reflete no desenvolvimento, na desigualdade e no racismo estrutural. "O Brasil viveu 322 anos de um processo brutal de colonização. Muitas vezes queríamos ter uma máquina do tempo para voltar e impedir que isso acontecesse. Nós não temos uma máquina, mas temos o tempo presente para impedir um processo de colonização genocida e brutal que acontece na Palestina", completou.

A deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol) reforçou sua luta para que São Paulo rompa relações comerciais e militares com Israel. Ela citou como exemplo a Unicamp, que já rompeu relações científicas, e a pressão para que a Universidade de São Paulo faça o mesmo.

Palestina livre

Um acordo entre Hamas e Israel para um cessar-fogo dos conflitos na região foi formalmente assinado dois anos após a escalonada dos conflitos, em 9 de outubro de 2025. No entanto, quase dois meses depois, os ataques na Faixa de Gaza continuam.

Para Maurici, apenas exigir um cessar-fogo não basta - é preciso a criação efetiva de um Estado da Palestina: "Um Estado que permita ao povo reconstruir sua sociedade, autonomia e instituições. Que assegure que as futuras gerações não vivão sob a ocupação, mas sob liberdade".

Emir Mourad reforçou a importância de que o mundo se alie à causa palestina para um Estado independente. "Quando estamos dizendo 'Palestina livre' não estamos pedindo um favor. Estamos pedindo ao mundo que recupere a si mesmo", declarou.

Assista à solenidade, na íntegra, na transmissão da Rede Alesp:

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