Cristo Redentor: 80 anos de um símbolo


11/10/2011 21:00
Montagem da cabeça composta de 50 partes

Heitor da Silva Costa, Pedro Fernandes Vianna da Silva, Antonio Ferreira Antero e Heitor Levy

1ª versão de Heitor da Silva Costa, vencedora do concurso

D. Bento Aloisi Masella, Geúlio Vargas, D. Sebastião Leme e D. Augusto Álvaro da Silva


Desde a descoberta da baía de Guanabara em 1º de janeiro de 1502, pelos navegadores Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio (outros historiadores creditam a Gaspar de Lemos), duas obras primas da natureza chamam a atenção de todos: os maciços do Pão de Açúcar na entrada da baía e o do Corcovado, apesar de mais retirado, por sua altitude de 710m, nunca deixou de ser observado e admirado. Uma curiosidade é que os descobridores portugueses acreditaram que se tratava da foz de um grande rio, e por ser o mês de janeiro, o denominaram Rio de Janeiro.

A primeira vez que se tem notícia de que alguém conseguiu chegar oficialmente ao topo do Corcovado - nome derivado de corcova ou corcunda -, foi em 22 de fevereiro de 1824, cabendo a primazia a ninguém menos que o Imperador do Brasil, D. Pedro 1º, que chefiou, com seu espírito aventureiro, uma expedição.

No alto do morro do Corcovado, foi construído no final do século 19 um mirante que em virtude do seu formato, recebeu pela população carioca o nome de Chapéu de Sol. Era um pavilhão em ferro com 13,50m de diâmetro e 46 toneladas, com o perfil em ferro, vidro e ardósia, que lembrava o Palácio de Cristal de Petrópolis. Quando do início da construção do monumento, a Light concordou em transferir o pavilhão do local.



A estrada de ferro



A partir da construção de um caminho e posteriormente uma estrada bem íngreme, poucos eram os corajosos que se arriscavam na empreitada. Por iniciativa dos engenheiros Francisco Pereira Passos (que no início do século 20, seria prefeito do Rio, um dos melhores da história da cidade) e João Teixeira Soares, obtiveram pelo Decreto Imperial 3.372, de 7 de janeiro de 1872, a concessão para a construção de uma estrada de ferro até o alto do Corcovado. A obra teve início em 2 de janeiro de 1883, quando foi organizada a Empresa Estrada de Ferro do Corcovado que ligaria, no seu primeiro trecho, o bairro carioca do Cosme Velho até as Paineiras, localizado pouco antes do cume do morro. às 17h de 9 de outubro de 1884, com a presença de D. Pedro 2º e da família imperial, foi festivamente inaugurada a ferrovia, que funcionava pelo sistema de cremalheira, e era servida por pequenas locomotivas a vapor. A subida demorava 40 minutos. Uma fenda localizada na altura do lugar, chamado de Silvestre, obrigou os engenheiros a construírem um viaduto de estrutura metálica pesando 108 mil quilos, com três vãos, totalizando 130m, e assim a estrada de ferro pode então chegar até o alto do pico do Corcovado, sendo esse segundo trecho entregue ao tráfego em 1º de julho de 1885. Por problemas financeiros, foi passada a concessão para outro grupo encabeçado por Artur Toledo Dodsworthe. Em 1906, assumiu o controle a poderosa empresa canadense Light & Power, que a manteve sob a sua jurisdição até o ano de 1970. Todo o trajeto possui 3.824m de extensão, sendo considerada a menor ferrovia do mundo. O declive chega a 30% e o raio de suas curvas de 120m. É uma das ferrovias à cremalheira mais inclinada do mundo. Com a transferência da administração da ferrovia para a Light, foi então a estrada de ferro eletrificada, sendo a primeira ferrovia movimentada por essa forma de energia em toda a América do Sul. Somente na década de 30 é que seria inaugurada a estrada de rodagem que ligaria a cidade até o Cristo Redentor.

Durante a exposição do centenário da Independência, em 1922, no Rio de Janeiro, foram realizadas as primeiras demonstrações experimentais da radiotelefonia no Brasil. A companhia norte-americana Westinghouse, instalou no alto do Corcovado sua estação transmissora com uma grande antena. Meses depois, no começo de 1923, seria desmontada.



O monumento



A ideia da construção de um monumento no alto do Corcovado foi do padre lazarista Pedro Maria Boss, francês de nascimento, que chegou ao Brasil em 1865, sendo capelão do Colégio da Imaculada Conceição, localizado no bairro carioca do Botafogo. Da janela de sua escola olhava para aquele morro, imaginando um monumento em honra a Jesus Cristo, e um dia exclamou: "Que belo pedestal para a estátua do nosso Senhor!". A iniciativa contou com o apoio da princesa Isabel, mas com o advento da República, em 15 de novembro de 1889, e o consequente exílio da família imperial, nada saiu do papel. A separação do Estado e da Igreja pela primeira Constituição Republicana do Brasil de 1891 seria outro complicador.

Em 1921, quando em reunião do Centro Nacionalista foi, pelo general Pedro Carolino de Almeida, sugerida a construção de um monumento a Cristo Redentor, em bronze (essa sugestão depois afastada pelo alto custo), para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil, e para angariar recursos à "Campanha do Tostão". Em 20 de março do mesmo ano, a ideia da construção de um monumento no Corcovado para os festejos dos 100 anos da Independência, que se realizaria no ano seguinte, tomou corpo, quando foi realizada no Círculo Católico no Rio de Janeiro uma assembleia destinada a estudar o local e o projeto, que mereceu a aprovação e o apoio do Cardeal D. Joaquim Arcoverde. Os projetos começaram a ser elaborados, e no ano seguinte foram apresentados. Três mereceram destaque: os de José Agostinho dos Reis, e de Morales de Los Rios, mas o escolhido foi do engenheiro Heitor da Silva Costa. Posteriormente, após sofrer críticas, inclusive de uma comissão da Escola Nacional de Belas Artes, seu projeto acabou sendo totalmente alterado. O modelo original lembrava o Cristo Redentor dos Andes, localizado próximo a cidade de Mendoza, na fronteira entre Argentina e Chile. Para a comissão executiva do monumento, ele mostrou a dificuldade da construção no alto de uma montanha de 710m de altura, dominando um círculo de cerca de 276 graus, visível do mar, do centro da cidade e até de diversos subúrbios.

A Companhia Telefônica, apesar dos protestos, instalou uma antena de transmissão em 1924, no cume do morro. De sua residência no Botafogo o engenheiro Heitor da Silva Costa, observou a forma do apetrecho, com braços transversais horizontais, de 16m de extensão no alto do Corcovado. Era a imagem de uma cruz gigantesca. Ele voltou a sua mesa de trabalho e refez todo o seu projeto.

O próprio Heitor, quando da inauguração do monumento em 1931, escreveu que ao participar do concurso para a elaboração do projeto, ele desconhecia a invocação do general Carolino, e que fora influenciado, principalmente, pela estátua de São Carlos Barromeu, que vira e examinara detalhadamente quando de sua visita a cidade de Arona, no Lago Maggiori, em 1912, numa viagem de estudos a Itália.

Quando esteve em Paris, em 1924, conversou sobre seu plano com o escultor Maximilien Paul Landowski, de acordo com o qual se modificaram as linhas da primitiva maquete. Posteriormente o escultor francês seria o responsável pela construção da cabeça (que foi composta em 50 partes), e das mãos do Cristo, e ao artista plástico brasileiro Carlos Oswald coube a elaboração do desenho final do monumento. Colaboraram também na construção como arquiteto-executor Heitor Levy, e como engenheiro-supervisor Pedro Viana da Silva. Nesse mesmo ano tiveram início os trabalhos de escultura do modelo de gesso, somente depois de um longo prazo puderam ser concluídos. Uma pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras de construção do Cristo Redentor no alto do Corcovado somente foram iniciadas em meados de 1926, após uma série de cálculos, plantas e algumas alterações no projeto, como a diminuição de sua altura de 42 para 38 metros, erguida em concreto armado. Todo o trabalho era dificultado pela localização e pelo transporte do material até o alto, que eram levados através dos trilhos da estrada de ferro. Após mais de dois anos de obras, que estavam em ritmo lento, a revista O Cruzeiro, de propriedade do jornalista Assis Chateaubriand, para ajudar na construção, abriu uma campanha de subscrição popular, conseguindo arrecadar a vultosa soma de 2.500 contos de réis. A população também colaborou voluntariamente, principalmente as mulheres, revestindo em panos finos cortados em retângulos com centenas de milhares de pedrinhas triangulares de esteatita (a conhecida pedra sabão, a mesma utilizada por Aleijadinho em suas obras de arte em Minas Gerais), originária da região de Carandaí em Minas Gerais, com três centímetros de lado. Curiosamente, por trás de cada uma dessas pequeninas placas foram escritos pedidos, bênçãos, orações e nomes, posteriormente os trabalhadores aplicavam na estátua o mosaico com os pequenos triângulos.

Mas nem tudo foi unânime na realização do imponente monumento. Os denominados evangélicos resolveram se insurgir contra a obra. Em 22 de março de 1923, seguidores da igreja Batista declararam, em nota publicada em O Jornal Batista, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, seu desgosto quanto à construção do Cristo Redentor. A nota afirmava que a construção "será, a um tempo, um atestado eloquente de idolatria da igreja de Roma". Os dirigentes dos batistas chegaram a propor que o dinheiro arrecadado fosse usado na construção de uma obra beneficente.

Apesar das críticas, a igreja Católica sempre se manteve firme em sua posição, argumentando jamais ter adotado a idolatria em sua doutrina, esclarecendo sempre que as imagens de santos em suas igrejas são vistas por seus fiéis como exemplos de fé a serem seguidos.



Inauguração em 1931



No feriado nacional em homenagem à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro de 1931, uma segunda-feira, o monumento foi solenemente inaugurado. Quatro trens especiais foram colocados à disposição dos convidados e da imprensa; cada um comportava 55 passageiros sentados e 20 em pé. Os jornalistas e fotógrafos partiram na primeira composição às 7h30 da estação do Cosme Velho, chegando ao cume meia hora depois. O cardeal Dom Sebastião da Silveira Leme, arcebispo do Rio de Janeiro, embarcou com o núncio apostólico no Brasil, D. Benedetto Masella, e altos dignitários da igreja Católica de diversas partes do país, que foram especialmente ao Rio de Janeiro para participar da inauguração, na segunda composição.

No terceiro trem chegou o presidente Getúlio Vargas, então chefe do governo provisório, que se fez acompanhar pela sua esposa, dona Darcy Vargas, por seu ministério, excetuando os ministros da Agricultura e Justiça, que se fizeram representar, pelo interventor no Distrito Federal e pelo chefe de Polícia. No alto foram recebidos por uma comissão especial designada pelo cardeal Dom Sebastião Leme, composta pelo arcebispo do Maranhão, D. Otaviano de Albuquerque, pelo arcebispo de Porto Alegre, D. João Becker e pelo bispo de Capelarídio D. Ático da Rocha. O quarto trem transportou os demais convidados. Todos foram transportados dos trens para o alto do cume por monta-cargas, uma espécie de elevador aberto em trilhos inclinados no morro, com capacidade média para 15 pessoas. Não havia até então escadas para subir até o monumento.

Por volta das 10h30, teve início a solenidade de inauguração do monumento do Cristo Redentor, com a presença das autoridades federais, eclesiásticas, diplomáticas, representações de corporações, várias famílias especialmente convidadas e de um batalhão de jornalistas. Pelo exíguo espaço existente, poucos foram os que receberam o convite para acompanhar a cerimônia do alto do Corcovado. Há dois dias chovia na cidade, mas naquela manhã o tempo abriu. Dom Sebastião Leme, estava representando o Papa Pio 11, e era tratado então como cardeal legado, e coube a ele começar a cerimônia, fazendo a consagração do Cristo Redentor em nome de sua santidade o Papa. Ao final de sua locução disse:

"... Reinai, ó Cristo Rei, reinai, ó Cristo Redentor. Ser brasileiro, seja crer em Jesus Cristo, amar a Jesus Cristo!... E esta sagrada imagem. Seja símbolo do vosso domínio, do vosso amparo, da vossa predileção, da vossa benção que cairá sob o Brasil e sob os brasileiros, como penhor de que, tendo sido vossos na terra, vossos serão eternamente no céu. Amém...".

Após proceder a bênção do monumento, com água benta e um ramo de cravos, ao término do ato inaugural, se dirigiu à esposa do presidente Getúlio Vargas, e fez a entrega das flores. Esta emocionada, em sinal de agradecimento, se ajoelhou e beijou o anel cardinalício de Dom Sebastião.

O orador seguinte foi o arcebispo de Porto Alegre Dom João Becker, que pronunciou um longo discurso. Falou depois o professor Fernando de Magalhães, reitor da Universidade do Rio de Janeiro e presidente da Academia Brasileira de Letras, que enalteceu a grandeza do Brasil unido e forte, sob a proteção divina.

O ex-ministro Pandiá Calógeras deveria também falar em nome de Minas Gerais, mas em virtude de seu estado de saúde, não pode comparecer, e a missão ficou confiada ao jurista Luiz Augusto do Rego Monteiro, membro da comissão organizadora da "Semana Nacional do Cristo Redentor" que leu o discurso que Calógeras havia escrito e deveria ter proferido.

Um altar foi montado ao pé do monumento, com flores, e uma grande bandeira brasileira cobriu os oito metros do pedestal da estátua do Cristo. O núncio apostólico fez um breve oficio religioso com quase todos os participantes ajoelhados, foi a primeira missa realizada no local. Uma relíquia de Santa Terezinha de Jesus foi ofertada pelo Papa para ser colocada na capela existente na base do monumento, devotada a Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Na hora da consagração todos os sinos das igrejas do Rio de Janeiro repicaram festivamente durante três minutos.

Durante toda a solenidade uma esquadrilha da Aviação Militar fez evoluções acrobáticas sob o monumento do Cristo Redentor. Após o término da inauguração, quando as autoridades já estavam descendo pelo trem, a partir das 13h, a chuva voltou forte e não parou mais.

Por iniciativa dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, através de sinal de rádio, o famoso inventor Guglielmo Marconi, criador do telégrafo sem fio, deveria acender os refletores, que iluminariam à noite o monumento, de seu iate Electra, ancorado na baía de Gênova, na Itália. Mas pouca gente ficou sabendo que, em virtude do mau tempo, as luzes acabaram sendo acesas do Rio de Janeiro mesmo, e no horário marcado às 19h15. A população não pode contemplar a iluminação, pois, uma densa nuvem envolveu o Cristo Redentor. As luzes ficaram acesas até depois das 24h, mas o clima não colaborou naquela noite.



Reformas



No ano de 1943 teve início a ampliação dos mirantes, e a construção das escadas e das muretas de proteção existentes até os nossos dias. Esse trabalho foi realizado por Heitor da Silva Costa, sendo inaugurado em 3 de julho de 1945, com a presença do presidente Getúlio Vargas, do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime Câmara, do prefeito do Distrito Federal Henrique Dodsworth e do engenheiro Edson Passos que supervisionou as obras.

Em 1965, durante os festejos do 4º Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, uma nova iluminação foi instalada, com 44 refletores, sendo inaugurada pelo Papa Paulo 6º, desde o Vaticano.

Em 1973, todo o Parque Nacional da Tijuca - um dos maiores parques urbanos do Brasil, incluindo o morro do Corcovado, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Nacional (Iphan). Em 1979, a ferrovia foi reinaugurada após uma completa modernização, com a importação de novos trens de fabricação suíça, com capacidade para 124 passageiros em cada composição, e os equipamentos elétricos vieram da Inglaterra. Em 1980, a estátua foi reformada para receber a visita do Papa João Paulo 2º, que rezou uma missa aos pés da mesma. Dez anos depois, o Cristo Redentor foi tombado pelo município do Rio de Janeiro. Amplas reformas no monumento foram iniciadas por um convênio entre empresas privadas, a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) e a prefeitura do Rio de Janeiro.

Desde o ano de 2000, quando recebeu nova iluminação, o monumento e seus acessos passaram por um processo de revitalização. O ponto alto foi a inauguração do acesso mecanizado, com três elevadores panorâmicos e quatro escadas rolantes em 2003, beneficiando idosos e deficientes físicos. Mas mesmo quem decide enfrentar os 220 degraus que levam à imagem ganha uma recompensa. No mirante, a vista de praticamente toda a cidade, é de tirar o fôlego.



Patrimônio nacional e maravilha do mundo



Em 2005, finalmente, a estátua foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passando a ser patrimônio histórico e cultural dos brasileiros, tendo-se transformado em 12 de outubro de 2006, nas comemorações de seus 75 anos, em santuário católico, com a permissão de se realizarem casamentos e batizados no local.

No ano de 2007, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva participou como cabo eleitoral da campanha para promover a eleição do Cristo como uma das Sete Maravilhas Modernas, discursando no alto do Corcovado. Em 7 de julho, na cidade de Lisboa, no Estádio da Luz, o Cristo Redentor foi eleito uma das sete maravilhas do mundo em um pleito popular, cuja votação ultrapassou a casa dos 100 milhões de votos, na qual concorriam 21 candidatos. No resultado final, o Cristo ficou na terceira colocação, atrás da Muralha da China e do Monumento de Petra, na Jordânia. Ficando na frente de monumentos de grande projeção mundial, principalmente turísticos como Machu Picchu, no Peru; a pirâmide de Chichén Itzá, no México; o Coliseu de Roma; e o Taj Mahal, na Índia. O monumento do Cristo Redentor, a terceira maravilha do mundo, recebe a visita anual de perto de 2 milhões de turistas, grande parte deles, estrangeiros.

Em 2010, uma nova obra de restauração foi realizada na estátua. Além da recuperação da estrutura interna, foi restaurado o mosaico de pedra-sabão que reveste a estátua, com a retirada da pátina biológica (camada de fungos e outros microorganismos) e a recomposição de danos devido a pequenas rachaduras. Também foram consertados os para-raios localizados na cabeça e nos braços da estátua. O desgaste do monumento é causado pelas condições climáticas extremas a que ele está submetido, como rajadas de ventos e fortes chuvas, de modo que obras de manutenção devem ser realizadas periodicamente.

No dia 1º de março de 2011, no aniversário da cidade do Rio de Janeiro, foi inaugurada uma nova iluminação com 300 refletores de LED de última geração que deram mais brilho à estátua do Cristo Redentor, com um consumo de energia bem menor, e com a possibilidade de criar diferentes efeitos e cores.

Em uma pesquisa realizada pela revista América Economia, no ano de 2011, o Cristo Redentor foi considerado por 23,5% dos entrevistados como o maior símbolo da América Latina. A pesquisa foi feita pela internet e reuniu a opinião de 1.734 executivos de todos os países da região.

A construção do Cristo Redentor, ainda, é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. Além do Papa João Paulo 2º, entre os ilustres visitantes do Corcovado, destaca-se o cientista Albert Einstein, a princesa Diana, o cantor Michael Jackson, e o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, acompanhado de sua família.

A estátua, que representa o Cristo com braços abertos em forma de cruz, tem 30m de altura e base de 8m, totalizando 38m. A distância entre os dedos é de 30m, as mãos medem 3,2m, pesando 8 toneladas, e a cabeça mede 3,75m, pesando 30 toneladas. O peso total do monumento é de 1.145 toneladas. No interior do pedestal, de mármore negro, existe uma pequena capela, e, por uma escada em caracol, pode-se subir à cabeça e aos braços.

A estátua do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, completa neste 12 de outubro, 80 anos de existência. Localizada no alto do maciço de granito, é sem dúvida nenhuma o cartão postal, não só da Cidade Maravilhosa, como também do Brasil.



*Antônio Sérgio Ribeiro é advogado, pesquisador e diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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