
Comissão de Finanças e Orçamento - 16ª Legislatura
04/03/2008 - 3ª Reunião Ordinária - Convidados
Comissão de Finanças e Orçamento
Ata da Terceira Reunião Ordinária da Comissão de Finanças e Orçamento, da Segunda Sessão Legislativa da Décima Sexta Legislatura.
Aos quatro dias do mês de março do ano de dois mil e oito, às quatorze horas e trinta minutos, realizou-se no Plenário D. Pedro I da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sob a Presidência do Deputado Bruno Covas, a Terceira Reunião Ordinária da Comissão de Finanças e Orçamento, da Segunda Sessão Legislativa da Décima Sexta Legislatura. Presentes os Deputados Samuel Moreira, Vitor Sapienza, Mário Reali, Enio Tatto, Estevam Galvão, Waldir Agnello e Jorge Caruso. Ausente o Deputado Jonas Donizette (falta justificada). Compareceram, também, os Deputados Rui Falcão, Simão Pedro, Barros Munhoz, Baleia Rossi, Said Mourad, Roberto Morais, Cido Sério, Marco Bertaiolli, Olímpio Gomes, Fernando Capez e Maria Lúcia Prandi. Havendo número regimental, o senhor Presidente declarou aberta a reunião, sendo dispensada, a pedido do Deputado Samuel Moreira, a leitura da ata da reunião anterior, a qual foi dada como aprovada. Em seguida, convidou para tomar assento à direita da Presidência o Senhor Secretário de Estado da Fazenda, Doutor Mauro Ricardo Machado Costa, que compareceu nesta Comissão para prestar esclarecimentos sobre o uso dos cartões de pagamentos de despesas. Ato continuo, a Presidência passou a palavra ao Senhor Secretário. Com a palavra, ele informou que o modelo, instituído na gestão do Governador Mário Covas pelo Decreto 45.085/2000, criou o cartão de compras, com valor limitado a oito mil 8 mil reais para cada cartão. Em 2002, o Decreto 46.543 retirou o limite de 8 mil reais para despesas específicas, como diárias, vale-transporte e operações policiais. A Resolução SF-27 permite saques com cartões até percentagem do valor total. De acordo com o Senhor Secretário, a Resolução SF-15 de 02/05/01, que regulamenta o Decreto 45.085, disciplinou o sistema, aplicando senha de acesso, nome e CPF do servidor, número da agência bancária, da conta corrente e código de identificação da natureza específica. Ele explicou que o cartão, cuja bandeira é Mastercard, possui os mesmos dados de um cartão de crédito. De acordo com o Senhor Secretário, cada cartão tem finalidade exclusiva, como pagar refeição, combustível etc, sendo que cada servidor tem direito a até dois cartões. Recentemente, após a polêmica sobre o uso dos cartões corporativos do Governo Federal, o Governador do Estado suspendeu, no último dia doze de fevereiro, o saque com cartões. Em 2007, foram gastos 298 milhões de reais, sendo que 190 milhões de reais foram em cheque e 108 milhões em reais com cartão, um aumento considerável do uso dos cartões em comparação com 2001, em que o gasto total foi de 402 milhões de reais, sendo que apenas 5 milhões de reais foram com o cartão. Os adiantamentos foram reduzidos de 1,01% (2001), para 0,38% (2007), o que, segundo ele, é positivo. Dos 108 milhões gastos em 2007, o cartão na função débito representa 55%, e o saque 45%. As Secretarias de Estado que mais utilizaram o cartão foram: Saúde (30%), Educação (28%) e Segurança Pública (24,42%). A Secretaria da Saúde, além do pagamento de despesas, também foi a que mais utilizou o cartão para saques, cerca de 36%, seguida pela Secretaria de Segurança Pública, 29%. Segundo o senhor Secretário, foram tomadas algumas medidas para aperfeiçoamento do uso dos cartões, como a vedação do saque para todas as secretarias da administração pública; cancelamento do cartão, caso ele não tenha sido utilizado nos últimos 12 meses, e suspensão para os que não foram utilizados nos últimos três meses; e revisão, atualização e consolidação da legislação referente ao adiantamento. Ele lembrou ainda que os dados podem ser acessados pelo site do Sigeo - Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária - e pela biblioteca da Assembléia Legislativa, aberta ao público. O Deputado Mário Reali foi o primeiro inscrito para indagar o Senhor Secretário da Fazenda. Ele quis saber quem é o responsável pela administração dos cartões, como é a distribuição e qual a classificação de diária. O Doutor Mauro Ricardo Machado Costa esclareceu que a Secretaria da Fazenda e o Banco Nossa Caixa são responsáveis pela administração dos cartões, juntamente com o ordenador de despesa de cada unidade. De toda transação são prestadas contas, passando respectivamente pelo setor financeiro da unidade e pelo ordenador de despesa. Explicou que diárias são hospedagem, alimentação e deslocamento. O Deputado Olímpio Gomes apresentou 54 notas, que somam 7 mil reais utilizados, segundo o Deputado, numa operação sigilosa da Polícia Militar durante o carnaval, em Guarujá, litoral sul do Estado. Ele disse que as diárias dos policiais militares não são vinculadas ao cartão. O Senhor Secretário afirmou que toda prestação de contas das Polícias Civil e Militar é controlada pelo Tribunal de Contas do Estado e analisada caso a caso. Ele recebeu as notas do Senhor Deputado e disse que serão investigadas. A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi defendida pelo Deputado Enio Tatto, com a finalidade de apurar o suposto uso indevido dos cartões corporativos. Segundo o parlamentar, as propostas de tornar o sistema mais transparente são bem-vindas, mas não está tão preocupado com o que será daqui para frente, e sim com o que aconteceu de 2001 até 2007, quando a questão ainda não estava sendo investigada pela imprensa. Disse que para fazer esse levantamento, cobrar de quem cometeu erros, é necessária uma CPI. O Deputado Simão Pedro declarou que há muitos lançamentos de gastos que não têm a ver com a finalidade para a qual foi feito o cartão. Para ele, existe uma incoerência nas atitudes do Governo Estadual, já que, segundo ele, o Chefe da Casa Civil, Doutor Aloysio Nunes Ferreira, afirmou que o sistema implantado em São Paulo é muito bom e não há possibilidade de ser usado incorretamente. O Senhor Deputado disse que até agora não viu explicação convincente para o uso de cartões na compra de presentes e para o pagamento de entradas em shows, entre outras irregularidades. Questionado sobre a inexistência do CNPJ das empresas nos dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda, o Doutor Mauro Ricardo Machado Costa disse que o cadastro jurídico das instituições comerciais nunca é repassado pelas firmas administradoras dos cartões de crédito, portanto não são também do conhecimento da Secretaria. Esclareceu que, apesar de o sistema ter sido concebido desta forma, nada impede que informações como CNPJ das empresas possam ser repassadas pelas administradoras dos cartões. Declarou que para haver a mudança, é necessário tempo. Disse que não há nada a esconder, e aqueles que eventualmente utilizaram os cartões de forma indevida serão punidos, mas até agora nada foi constatado. O Senhor Secretário defendeu a utilização dos cartões, que, para ele, dão uma grande transparência aos gastos públicos. Para ele, os cartões estão sendo estigmatizados, já que 70% das pessoas ouvidas sobre o assunto mostraram-se contrárias à sua utilização. Disse que é preciso defender e estimular o uso dos cartões, para que a população possa acompanhar como é gasta a verba pública estadual. Ele disse que ser contra este método de despesa é querer o retrocesso. O Deputado Barroz Munhoz, Líder do Governo nesta Casa Legislativa, disse que em Brasília o cartão é pessoal, e aqui é administrativo. A segunda diferença, segundo ele, é que em São Paulo há uma auditagem dos gastos realizada pela própria Secretaria. Concluindo, disse que durante a reunião ficou claro que instalar uma CPI para investigar os cartões é diminuir o papel dos parlamentares. Referindo-se ao Tribunal de Contas, ele disse que para fazer auditoria, a Assembléia possui 800 funcionários habilitados. Ao final da reunião, o Deputado Enio Tatto comunicou que apresentará requerimento de informações com perguntas ao Secretário da Fazenda. O senhor Presidente da Comissão declarou que o requerimento será analisado na próxima reunião. Esgotada a ordem do dia e nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente deu por encerrados os trabalhos, cujo inteiro teor foi gravado pelo Serviço de Som, passando sua transcrição taquigráfica a fazer parte integrante desta ata, a qual eu, Agnaldo de Jesus Almeida, Secretário da Comissão, lavrei e assino após sua Excelência. Aprovada em reunião de 11 de março de 2008.
Deputado Bruno Covas
Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento
Agnaldo de Jesus Almeida
Secretário da Comissão
Veja também
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações