Atuação de paulistas merece destaque no 131º aniversário da Proclamação da República

Políticos e grandes produtores que viviam no Estado apoiaram o movimento republicano
13/11/2020 19:15 | Comemoração | Luiz Rheda e Maurícia Figueira

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Proclamação da República - Óleo sobre tela de Benedito Calixto (fonte: Wikipédia - domínio público) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2020/fg257700.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No próximo domingo (15/11), o Brasil comemora os 131 anos da Proclamação da República. O movimento, que colocou fim ao regime monárquico, contou com a participação de personalidades que viviam em São Paulo e no interior paulista.

A Convenção de Itu

Entre o século 18 e 19, o café movimentou a economia paulista e brasileira e tornou rico grandes produtores rurais da maior província do Império. Conhecidos como barões do café, eles deram sustentação política à monarquia, mas com o passar do tempo aderiram ao movimento republicano.

16 anos antes do movimento liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca pôr fim ao regime monárquico, acontecia no Brasil a primeira reunião republicana com a participação da elite política e econômica da época.

A Convenção Republicana de Itu, como ficou conhecido o encontro sediado no interior paulista, foi realizado no dia 18 de abril de 1873 e marcou o início da luta que acabaria no dia 15 de novembro de 1889.

De acordo com registros, participaram da reunião cerca de 133 pessoas, representando diferentes cidades da provincial de São Paulo, incluindo a capital. O então deputado paulista Prudente de Morais, que viria a ser governador do Estado de São Paulo e depois presidente do Brasil, esteve presente na cerimônia.

Conforme consta na ata do encontro, a criação de um jornal para apoiar a causa republicana e os primórdios do Partido Republicano Paulista foram alguns dos assuntos debatidos.

Antes e depois

Nos anos que antecederam a Proclamação da República, o cenário vivido no país era o da recente libertação dos escravos. Nas ruas de São Paulo, iluminadas com lampiões a gás, circulavam bondes puxados por burros.

A população da capital paulista havia saltado de 65 mil, em 1890, para 240 mil segundo o censo de 1900. Parte desse aumento se justifica com a chegada dos imigrantes à capital paulista, mas a população ainda era majoritariamente rural e analfabeta. Nesse período, São Paulo já tinha consolidado sua posição de destaque na economia do Brasil, baseada na exportação do café.

A Assembleia Legislativa Provincial ficava em um prédio na Praça João Mendes, no centro da cidade de São Paulo. Durante o Império, membros do Legislativo paulista se reuniam por um período de três a quatro meses, no início de cada ano.

A legislatura, composta por 36 deputados, durava dois anos e não havia limite para reeleição. Nessa época, os pleitos eram realizados nas igrejas, local onde posteriormente os parlamentares tomavam posse.

Para concorrer a uma vaga no parlamento, os candidatos tinham que comprovar uma renda mínima. Os eleitores também, porém de menor valor. Mulheres, analfabetos, menores de 21 anos e escravos não podiam votar.

A República

Com a proclamação da República, a Assembleia foi fechada pela primeira vez desde sua criação, em 1835. Reaberta em junho de 1891 com a sede ainda na Praça João Mendes, a Assembleia Provincial deu lugar ao Congresso Legislativo, formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Estadual.

A Província de São Paulo se tornou o Estado de São Paulo, com mais autonomia do que nos tempos do Império. O Estado tornou-se laico, com a posse dos deputados acontecendo em plenário e as eleições, em prédios públicos.

Havia 40 deputados na Câmara, com mandatos de três anos, e 20 senadores no Senado paulista, com mandatos de seis anos. As sessões se iniciavam no dia 7 de abril e duravam três meses.

Nessa época, tinham direito ao voto todos os homens alfabetizados maiores de 21 anos. A comprovação de renda para votar já não era mais necessária.


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