Morre o ex-deputado Vicente Botta


13/12/2006 18:36

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Ex-deputado Vicente Botta<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/V BOTTA1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/V BOTTA2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Morreu nesta quarta-feira, 13/12, em São Carlos, o ex-deputado Vicente Botta, aos 88 anos. O velório foi realizado na Câmara Municipal daquele município, que é sua cidade natal e onde seu corpo foi sepultado no final da tarde.

Vicente Botta nasceu em São Carlos em 5/9/1918, filho de Afonso Botta e Matilde Siniscalco, migrantes italianos radicados naquele município desde 1900. Casou-se em 1942 com Amélia Meirelles.

O ex-deputado iniciou sua vida pública em São Carlos, onde fundou, em 1939, a Associação dos Alfaiates, que existe até hoje. Na época, Botta trabalhava na alfaiataria de um tio, Cármine Botta, e era o responsável pela contabilidade do escritório. Além do trabalho como contador, o ex-parlamentar foi professor. Lecionou português na Escola Normal e na Escola de Comércio da mesma cidade. Era também advogado, formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.

Foi eleito pela primeira vez ao cargo de vereador em 1948, pelo Partido Trabalhista Nacional, com 675 votos. Em 1950, candidatou-se a uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sendo eleito pelo mesmo partido, com 3.981 votos. Em 1951, com a extinção do PTN, ele e os demais correligionários passaram a integrar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

A renúncia do presidente da Assembléia, Vicente de Paula Lima, em 1955, levou Botta a assumir a Presidência da Casa pela primeira vez.

Em 1958, Botta saiu do PTB e filiou-se ao Partido Republicano (PR). Segundo suas próprias palavras, a disputa interna minou o PTB, e, aborrecido, resolveu sair da legenda junto com muitos de seus companheiros. Em 1963, Botta afastou-se de seu mandato para ocupar a presidência do Banespa e, depois, da Ceagesp.

Retornou à Assembléia após o golpe militar de 1964. Com a extinção da pluralidade partidária, estabelecida pelo Ato Institucional nº 2, Botta tornou-se membro da Aliança Renovadora Nacional (Arena). De acordo com suas declarações, levado a isso pela pressão dos prefeitos de sua região, que temiam perder recursos caso se opusessem ao governo federal.

Algum tempo depois, insatisfeito com a atuação do partido que dava sustentação aos governos militares, entrou para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Em 1976, com a cassação do presidente da Assembléia Leonel Júlio, pelo regime militar, Botta tornou-se novamente presidente da Casa.

Em 1980, restabelecido o pluripartidarismo, Vicente Botta deixou o MDB e retornou à sua antiga legenda, o PTB. Por esta legenda, exerceu seu último mandato como deputado estadual, de 1991 a 1995.

Vicente Botta permaneceu na Assembléia por 10 legislaturas. Foram 40 anos de vida parlamentar, representando a região de São Carlos e participando da Mesa Diretora da Casa, onde ocupou cargos por 11 vezes consecutivas. Em seu currículo figuram ainda a autoria de projeto de lei que propunha a transferência da capital do Estado para a região central, a criação de muitos municípios paulistas e a presidência da CPI que apurou a morte dos 111 detentos do Carandiru.

alesp