Museu da Escultura - Odette Eid: temas antagônicos mas com corpórea realidade e exuberância na essência escultórica


22/03/2013 14:00 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Pássaros imaginários<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122851.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mulher que carrega o mundo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122852.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Odette Eid<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122853.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Odette Eid possui uma visão monumental da escultura tanto em seus temas fantásticos quanto nas próprias imagens femininas, que se destacam pela sua corpórea realidade e exuberância ao tato. Suas divindades, suas mulheres, seus pássaros, seus cavalos e suas torres de Babel, enfim, são os protagonistas de um mundo, onde a artista transfere a sua insaciável sede de liberdade, de uma liberdade plena e generosa.

A graça da composição e a espiritualidade que dela reflete é manifesta, também, nos seus altos relevos e motivos bíblicos, onde o divino Criador é apresentado com toda a sua polivalência.

Sua obra evidência uma singular proporção entre o aderir à visão natural e o gosto pela invenção. Um exemplo de equilíbrio - como dizia Jean Cocteau - entre o realismo e o irreal, a reprodução do belo e a invenção de formas que se afastam do figurativo puro e simples.

Entre os temas favoritos de seu trabalho como escultora, além dos bustos-retratos criados sobre o perfil psicológico dos personagens, é freqüente a figura feminina, representada sobretudo na elegância e na pureza da adolescência.

Uma sensualidade delicada e vagamente imatura anima esses motivos que submetem o clássico tema da imagem humana a uma estilização dinâmica e alongada, onde a perfeição concreta da forma está sempre presente.

"Mulher que carrega o mundo" e "Pássaros imaginários I, II e III", obras doadas ao Museu da Escultura ao Ar Livre se constituem em esculturas de bronze com temas antagônicos. Na primeira, Odette Eid homenageia a figura feminina, seja mãe, camponesa, operária, empresária, artista, parlamentar e chefe de Estado, numa demonstração da real importância da mulher no mundo de hoje.

Na segunda, a mão da artista, móvel e apaixonada, revela uma vitalidade surpreendente e se constitui na expressão direta de seu espírito livre, nunca travado por idéias formais pré concebidas.



A Artista



Odette Haidar Eid nasceu em Zahle, Líbano, em 1922. Mudou-se para o Brasil em 1925 e começou a esculpir a partir de 1983, onde predominantemente utiliza-se do bronze em suas obras.

Estudou História da Arte no IADE com Paulo Ramos Machado; Arte no Brasil, no Espade, com Loy Cox Vilela; Teoria e Pesquisa de Folclore Brasileiro, na Escola de Folclore, com Rossini Tavares de Lima e Julieta de Andrade; Mitos e Magia, História da Arte, com Fábio Magalhães; Arte Contemporânea, com Alice Brill e Avancini.

Freqüentou o atelier de escultura na Artescultura, com Domenico Calabrone e Becheroni.

Participou de inúmeras exposições individuais, destacando-se a: Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo (1987); Galerie Liliane François, Paris (1989, 1991); Galerie du Théâtre, Perpignan (1992); Museu Brasileiro da Escultura - MUBE - São Paulo (1995); Centro Cultural de São Paulo (1986 e 1996); Teatro Municipal, São Paulo (1996); Le Brésil à Paris - Quadra Découverte - Paris (1998); Hebraica - Primeiro Decordance - São Paulo (1999); "Sculptures" - Espace Quadra - Paris (2000); Pinacoteca Benedito Calixto, Santos (2000 e 2001); Recontre/Decouverte - Espace Quadra - Paris (2002); Complexo Cultural Júlio Prestes, São Paulo (2002).

Brilhou, também, em exposições coletivas no Brasil e no exterior, ressaltando-se: Galeria Artescultura, São Paulo (1984); Mondin Galerie, Stuttgart, Alemanha (1984); I Exhibition of Contemporany Art Brazil/USA - Curtis Hixon Center - Tampa Bay (1986); Brazilian American Cultural Institute, Washington, Estados Unidos (1989); Le Salon - Grand Palais - Paris, França (1990); Salon des Artistes Français - Tour Eiffel - Paris, França; I Salon Européen d´art Contemporain - Saint-Brisson sur Loire, França (1994); Chapel Art Show, São Paulo (1986, 1987, 1992 e 1995); Galerie du Collége Royal - Beaumont-eu-Auge, França (1996); Le Printemps Français em Bavière, Munique, Alemanha (1997); Salon dy Printemps - Palais Municipal - Lyon, França (1997 e 1998); "Brésil 500 ans" - Galerie Everarts Gallery - Paris, França (2000); "Le Brésil à la Maison Pour Tous de Ville d´Avray - Paris, França (2001); "Presença Libanesa no Brasil" - Clube Atlético Monte Líbano - São Paulo (2002).

Suas obras fazem parte de coleções particulares e oficiais na Alemanha, Autrália, Áustria, Brasil, China, Egito, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia (Sultan Lines), Israel, Itália (Enzo Ferrari), Líbano, Noruega, Síria e Suécia (Rainha Silvia).

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