Atentado que vitimou professora em escola estadual é tema de pronunciamentos de deputados da Alesp

Nos Pequeno e Grande expedientes da Alesp, parlamentares têm espaço na tribuna para falar sobre temas livres
29/03/2023 17:48 | Sessão Ordinária | Matheus Batista - Foto: Rodrigo Romeo

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Plenário Juscelino Kubitschek <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2023/fg297463.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Plenário Juscelino Kubitschek <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2023/fg297464.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Gilmaci Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2023/fg297465.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A morte da professora Elisabeth Terneiro, assassinada por um aluno dentro de uma escola da rede pública estadual na última segunda-feira, 27, foi tema de pronunciamentos de parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo durante sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (29). O assunto já vinha sendo repercutido durante a semana.

As sessões ordinárias da Assembleia Legislativa de São Paulo são realizadas de segunda a sexta-feira, a partir das 14h30, e são divididas em Pequeno e Grande Expedientes, nos quais os parlamentares podem subir à tribuna para falar sobre temas de livre escolha.

O deputado Atila Jacomussi (Solidariedade) usou seu espaço para lamentar o caso e pedir mais segurança nas escolas do Estado. "Muitos professores se sentem reféns durante o período em que estão exercendo sua profissão. Venho prestar solidariedade aos professores do Estado e me coloco no lugar deles, porque tenho em casa uma professora", disse.

Já o deputado Donato (PT) fez o apelo para a criação de políticas públicas de atendimento psicológico na rede pública de ensino. "É uma tragédia que podia ser evitada. Esse aluno vinha de uma trajetória de violência e todas as pistas de que ele precisava de um acompanhamento foram dadas". Na ocasião, o deputado falou sobre o Projeto de Lei 863/2017, do ex-deputado José Américo, aprovado pela Alesp, mas vetado pelo Executivo em 2019.

Ainda sobre o atentado, o deputado Paulo Mansur (PL) falou sobre as reações que recebeu ao projeto de sua autoria que propõe a presença de policiais militares em todas as escolas da rede estadual. "É necessário que a gente faça algo na segurança pública", afirmou.

A deputada Thainara Faria (PT) falou sobre as demandas que recolheu nos municípios de Nova Europa e Ribeirão Preto, ambos no interior do Estado. Segundo a parlamentar, professores a procuraram para falar sobre a necessidade de um profissional especializado em saúde mental nas escolas estaduais. "Precisamos jogar luz aos temas principais que assolam o Estado de São Paulo. Meu interesse é que os direitos básicos das pessoas sejam garantidos, através de uma ação potente do Poder Público", disse.

Saúde

Outro tema comum aos deputados que se pronunciaram neste dia foi a questão da Saúde no Estado. O deputado Valdomiro Lopes (PSB) levantou a questão da superlotação de unidades de saúde de São José do Rio Preto. "A solução é ter uma gestão verdadeira, espero que tomem uma decisão rápida para resolver esse grave problema".

Já a deputada Dani Alonso (PL), criticou a gestão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HCFamema), que, de acordo com a parlamentar, atende 1,2 milhão de pessoas na região Centro-Oeste e também enfrenta episódios de superlotação. "Protocolei um ofício exigindo que o presidente da autarquia do HC faça o encaminhamento de uma lista tríplice para que possa ser escolhido um novo superintendente para o hospital. Na Saúde, precisamos de pessoas técnicas e comprometidas".

Privatizações

O deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT) usou o espaço na tribuna para criticar o projeto do governo estadual de privatização de linhas da CPTM. "Não entendemos o motivo de o governador querer privatizar ou fazer a concessão de linhas da CPTM. Estamos juntos com os trabalhadores ferroviários para que não privatizem", disse.

O deputado Simão Pedro (PT) fez coro ao colega de partido e se colocou contrário à agenda de privatizações do Executivo, que inclui também a Sabesp. "A Sabesp é uma empresa lucrativa e um patrimônio do Estado, a água não pode ser tratada como mercadoria".

Demais pronunciamentos

Nesta quarta, a deputada Andréa Werner (PSB) falou sobre acessibilidade para pessoas com deficiência e sobre o Dia Internacional da Conscientização Sobre Autismo, celebrado em 2 de abril. "Autismo não é doença, os autistas sempre existiram, sempre estiveram por aí, o que não existia era o diagnóstico. O autista é uma pessoa com deficiência, não uma pessoa com problema", disse.

A deputada Ediane Maria usou o espaço para falar sobre a mudança do nome da futura estação da Linha 2-Verde do Metrô, de Paulo Freire para Fernão Dias. "A minha função enquanto deputada é trazer a memória da sociedade que foi invisibilizada. As estátuas e monumentos que estão hoje pela cidade mostram a violência contra os povos negros e os povos indígenas".

O deputado Vitão do Cachorrão (Republicanos) chamou atenção para a reivindicação de ajudantes de caminhoneiros do Estado para a criação de pontos de apoio para cargas e descargas. "Eles pegam estradas ruins, com muitos pedágios, e quando chegam no destino ficam até 24 horas esperando sem ter um ponto de apoio com banheiro ou bebedouro", disse.

Eduardo Suplicy (PT) usou o espaço na tribuna para indicar o documentário "Memória Sufocada", do diretor Gabriel Di Giacomo, que, segundo o parlamentar, analisa a onda conservadora que aconteceu a partir do Golpe Militar de 64. "O documentário mostra trechos de depoimentos de vítimas torturadas durante a ditadura com imagens extraídas da Comissão Nacional da Verdade e do Arquivo Nacional".

O deputado Major Mecca (PL) levou para a tribuna registros e depoimentos de pessoas que moram na região central da cidade de São Paulo, ultimamente tomadas por aglomerações causadas pela dispersão da Cracolândia. "Moradores assistem da janela das suas casas criminosos e dependentes químicos. É um dos graves problemas que nós somos responsáveis por alcançar uma solução", afirmou o parlamentar, que pediu também ações da prefeitura da Capital e do Governo do Estado.

Tomé Abduch (Republicanos) criticou as falas do deputado federal Rui Falcão que, de acordo com o parlamentar, desrespeitou o deputado federal Nikolas Ferreira durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. "É um desrespeito com homossexuais, com os parlamentares e com a nação brasileira".

Por fim, a deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol) falou sobre a última sessão extraordinária da Alesp, realizada nesta terça (28), que discutia a derrubada de vetos do governador. "Ontem o recado que a Casa passou para fora foi completamente ruim. Espero que a Casa se organize". A parlamentar criticou as ações de parlamentares que obstruíram a votação dos projetos que, segundo ela, já possuíam acordo para a aprovação.

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