Bancada feminina cresce 25% na Assembléia paulista


14/03/2003 21:38

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DA REDAÇÃO

O Tribunal Superior Eleitoral determinou que, nas eleições de 2002, os partidos destinassem cota mínima de 30% de suas candidaturas às mulheres. As urnas ignoraram essa proporção, pelo menos no caso da Assembléia Legislativa paulista: tomarão posse em 2003 apenas dez deputadas, o equivalente a pouco mais de 10% do número de parlamentares estaduais.

Em relação à bancada atual, no entanto, o número de deputadas cresceu 25%. Entre as oito parlamentares em fim de mandato, três não se reelegeram: Edir Sales (PL), Maria do Carmo Piunti (PSDB) e Terezinha da Paulina (PFL). Célia Leão (PSDB), Maria Lúcia Prandi (PT) e Rosmary Corrêa (PMDB) foram reeleitas. Edna Macedo (PTB) e Mariângela Duarte (PT) disputaram um mandato na Câmara dos Deputados, mas apenas a primeira conseguiu eleger-se.

Por outro lado, é do sexo feminino a pessoa que recebeu maior votação em 2002: Havanir Nimtz, do Prona, com mais de 680 mil votos, só perdeu para a votação na legenda no PT. Foram eleitas também, para a próxima legislatura, Analice Fernandes e Maria Lúcia Amary (PSDB), Ana do Carmo e Beth Sahão (PT), Anna Martins (PC do B) e Maria de Jesus (PTN). Com três deputadas cada, PSDB e PT serão os partidos com maior número de mulheres no Parlamento paulista.

Todas as mulheres do Parlamento

Ana do Carmo (PT): de origem operária, iniciou sua vida política no movimento sindical, durante as greves trabalhistas em 1979 e 1980. Foi vereadora em Santo André por 13 anos e elegeu-se deputada estadual pelo PT com 67.751 votos.

Analice Fernandes (PSDB): ex-secretária do Bem-Estar Social de Taboão da Serra, é casada com o atual prefeito da cidade, Fernando Fernandes. Foi eleita para seu primeiro mandato com 100.134 votos.

Ana Martins (PCdoB): formada em Serviço Social, iniciou sua militância no movimento operário em 1959 e tem forte atuação na área de urbanismo. Vereadora desde 1992, obteve 67.276 votos nas últimas eleições para deputado estadual.

Beth Sahão (PT): psicóloga e mestre em ciências sociais pela Unesp de Araraquara, foi secretária de governo da administração petista de Catanduva, Elegeu-se com 60.040 votos.

Célia Leão (PSDB): Paraplégica por acidente de automóvel desde 1974, milita em movimentos pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência. Ex-vereadora e uma das fundadoras do PSDB de Campinas, reelegeu-se para seu quarto mandato como deputada estadual com 109.737 votos.

Havanir Nimtz (Prona): médica, professora, biomédica e acadêmica de direito, elegeu-se vereadora em 2000, com a maior votação obtida por uma mulher para a Câmara Municipal de São Paulo (87.358 votos). Em 2002, recebeu a maior votação de um deputado estadual na história do Brasil (680.991 votos).

Maria de Jesus (PTN): nascida na Bahia, veio para são Paulo com dez anos. É advogada e coordenou o Projeto Nordeste de Combate à Fome, organizado Igreja Universal do Reino de Deus. Obteve 66.066 votos para seu primeiro mandato na Assembléia.

Maria Lúcia Amary (PSDB): advogada, engajou-se na política em 1992, quando o marido, Renato Amary, concorreu pela primeira vez à Prefeitura de Sorocaba. É vice-presidente do Secretariado Estadual das Mulheres Tucanas e elegeu-se deputada estadual com 75.456 votos.

Maria Lúcia Prandi (PT): reeleita para o terceiro mandato como deputada estadual, com 106.443 votos, é educadora e iniciou sua militância política na Apeoesp. Foi secretária de Educação de Santos na administração petista de Telma de Souza e a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal daquela cidade.

Rosmary Corrêa (PMDB): delegada de polícia, vai para seu quarto mandato apoiada nos 44.644 votos que obteve em 2002. Ex-secretária da promoção Social e do Menor, foi a fundadora da primeira delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, em1985.

alesp