Edson Teigi pinta com surpreendente magia em defesa da fauna terrestre

Emanuel von Lauenstein Massarani
28/03/2003 14:15

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A primeira impressão que temos ao observar a pintura de Edson Teigi é aquela de uma grande serenidade de dimensões ilimitadas. O artista não hesita recorrer a soluções formais, como a ruptura dos planos e a decomposição rítmica do tema central, que lembram as antigas estampas japonesas, naturalmente em linhas contemporâneas.

Em tal modo se formam espaços planos e contrastantes de curiosas manchas de cores que lembram a estética das colagens, que constituem o tecido cromático da paisagem e que, semelhantes a rios de cor aplicados sobre a tela, a impregnam de uma surpreendente magia.

Teigi tece a trama de seus contos enfocando exemplares da fauna terrestre, atento não tanto ao animal que o fascina, mas às suas metamorfoses e mutações, num espaço que não é mais de realidade, mas no qual toma sempre mais forma uma condição, um estado de sensibilidade, uma própria solitária e serena meditação.

Ora a tensão, ora o choque, ora o encontro, esses fragmentos de cor tendem a encontrar um ponto central, o espaço onde, como sobre um "ecran", o pintor transcreve sua vida cotidiana de ser humano. Assim, como ela se delineia na substância real do tempo - feita de desacertos e reencontros, de silêncios e descobertas, de vazios e doces presenças, de feridas e de carícias, de dilacerações e de sonhos - assim como se torna gesto carregado de nós mesmos, se transforma em pintura.

Através da obra "O Leão", oferecida ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, Teigi deixa aflorar as imagens e os sinais de seu interior, sem nenhuma preocupação, senão aquela de ser verdadeiro, autêntica testemunha, quem sabe de uma fábula ainda possível, como a história do "Rei da Selva", como a história de nós mesmos num mundo melhor.





O Artista

Edson Teigi Hirae nasceu em Maringá, Paraná, em 1959. Filho de pai farmacêutico e também artista plástico, e de mãe imigrante do Japão, teve na infância forte influência da escola oriental (Nihongako). Mudou-se para o Mato Grosso do Sul. Cursou o ensino ginasial no Instituto Americano de Lins, onde aprendeu marchetaria, marcenaria e artes em geral. Estudou em São Paulo Instituto de Arte e Decoração, simultaneamente com a Escola Panamericana de Artes, onde formou-se com distinção. Freqüentou, também, a Universidade de Marília, onde concluiu o curso de Educação Artística.

Realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre outras: Galeria SENAC de Novos Artistas - Marília; II Exposição de Artes de Pereira Barreto, São Paulo (1990); "Arte-Natureza" - Pereira Barreto; Expoatração de Arte - Ilha Solteira (1991); Mostra de Artes Casa da Cultura - Ilha Solteira; "Cor, Ritmo e Movimento" - Casa da Cultura Cora Coralina - Andradina; IX Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo - Ilha Solteira; Casa da Cultura - Ilha Solteira (1992); Casa da Cultura - Ilha Solteira; IV Mostra Municipal de Arte e Artesanato da Estância Turística de Presidente Epitácio (1996); UNESP - Ilha Solteira; Câmara Municipal de Ilha Solteira; Centro Municipal de Aprendizagem - Ilha Solteira (2001); Galeria Ponto das Artes - São Paulo; I Exposição de Belas Artes - Ilha Solteira; Ipê Park Hotel - Ilha Solteira; Anglo - Ilha Solteira (2002).



Participou, ainda, dos seguintes salões oficiais no Estado de São Paulo: I, II e III EXPOARTIS de Ilha Solteira (1982, 1984 e 1985); XI, XII, XIII, XIV e XV Salão de Verão de São José do Rio Preto (1992, 1993, 1994, 1995 e 1996); XXX Salão Ararense de Artes Plásticas Contemporânea - Araras; XV Salão Oficial de Belas Artes de Matão (1992); X Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente (1995); Mapa Cultural Paulista - Ilha Solteira (1996, 1998, 1999 e 2000).

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