Parlamentar reclama de atraso na ativação de laboratório


29/03/2005 15:53

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A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) está cobrando do Governo do Estado explicações para o atraso na abertura do Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Guilherme Álvaro (HGA). A parlamentar, que participou da luta para que o hospital fosse transformado em referência no tratamento das Hepatites Virais, aponta a necessidade de implementar o novo serviço para que a região tenha autonomia na realização dos exames indispensáveis ao diagnóstico e ao tratamento da doença.

"Hoje o Guilherme Álvaro conta com a retaguarda do Hospital Albert Einstein e a parceria está dando certo. Queremos que essa parceria seja mantida, porém nos preocupa a sustentabilidade, já que o Einstein presta o serviço por meio de verba filantrópica. Instalar o laboratório no Guilherme Álvaro é uma segurança para o paciente, que não pode ficar sem os exames", explica a deputada Prandi.

O presidente do Grupo Esperança " organização de apoio aos portadores de Hepatite C ", Jeová Pessin Fragoso, confirmou à deputada Prandi que a criação do laboratório está identificada pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo desde maio de 2004. A expectativa é que passasse a funcionar até dezembro do mesmo ano, o que não ocorreu até o momento. A Hepatite C é uma forma agressiva das Hepatites Virais.

"Sabemos que houve necessidade de reformas para adaptar espaços, mas isto não justifica tanta demora. O Guilherme Álvaro é o único hospital estadual em toda a Baixada Santista e Litoral e precisa ter seus serviços otimizados", enfatiza Prandi.

Incompreensível

Em Requerimento de Informação que protocolou na Assembléia Legislativa, Prandi quer saber onde está o gargalo. "É incompreensível. Numa recente licitação, o Guilherme Álvaro foi relacionado entre as unidades de saúde que receberiam kits dos exames de biologia molecular. Têm que se esclarecidos os motivos do entrave".

Conforme acrescenta a deputada, a Hepatite C é uma variação da doença, descoberta há cerca de 12 anos. "Portanto, é uma doença nova, que representa um grande desafio. Os portadores do vírus precisam se submeter a tratamentos, para evitar complicações. Os exames de biologia molecular são fundamentais para o diagnóstico, a definição da conduta médica e o acompanhamento do paciente".

A deputada acrescenta, ainda que, com o avanço do conhecimento sobre a doença, tem crescido a identificação de pacientes com sorologia positiva para Hepatite C. "Os mais de 2 mil pacientes cadastrados no Grupo Esperança dão a dimensão do problema. Toda semana, são diagnosticados na região ao menos de cinco a seis novos casos da doença. É preciso dar suporte à demanda, com segurança, autonomia e sustentabilidade", observa Prandi.

Luta antiga

A Hepatite C é uma doença crônica e a intervenção precoce é essencial para evitar sua evolução e combater o vírus. "A luta tem sido intensa, mas muitas vitórias puderam ser comemoradas ao longo dos últimos cinco anos", explica a deputada, citando a padronização do medicamento Ribavirina, a liberação do teto de exames e a própria transformação do Hospital Guilherme Álvaro em unidade de referência.

"Tenho orgulho de ter estado ao lado do Grupo Esperança em todas estas conquistas. E vamos continuar, sem dar trégua, para garantir assistência médica e tratamento digno para todos que necessitem", conclui Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp