CPI DO SISTEMA PENITENCIÁRIO - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
26/06/2001 15:08

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A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo instalou, no fim de maio, mais uma CPI, uma importante CPI: a que já começou a discutir o sistema prisional. Como se sabe, as penitenciárias e cadeias de nosso Estado passam por crise antiga, que se agravou nos seis anos do Governo Mário Covas: existe superpolução, mas também existe, acima de tudo, um estilo frouxo do governo para lidar com quem cumpre pena. O resultado dessa confusão, todos sabem, é uma série interminável de motins, em que os bandidos desgastam a autoridade do Governo e destróem presídios. O exemplo mais concreto ocorreu em 18 de fevereiro, quando das rebeliões em quase 30 presídios de São Paulo, em que os líderes dos motins usaram livremente telefones celulares para se comunicarem e para agir simultaneamente.

Por que se passaram três meses entre as rebeliões de fevereiro e o momento da instalação da CPI do Sistema Prisional, em maio? Porque o Poder Legislativo esperou o Executivo agir e, agora, trata de impor uma colaboração assegurada pela democracia. No Executivo, o atual governador, Geraldo Alckmin, herdou problemas deixados pelo seu antecessor, que, na área da Segurança Pública e do Sistema Prisional, não tomou as decisões certas nos momentos certos. Com isso, os bandidos do chamado Primeiro Comando da Capital, o PCC, tomaram conta dos presídios.

Como deputado estadual, faço parte dessa nova CPI e já estou lutando, ao máximo, para ajudar a Assembléia Legislativa a fazer o que o Governo do Estado não fez em seis anos: enfraquecer o poder dos bandidos nas cadeias que ficaram desmoralizadas.

Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL

alesp