Opinião - Universidade, de fato, para todos


15/02/2011 17:12

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Educação é passaporte para o futuro promissor de toda uma sociedade em especial para nossos jovens, ávidos por conhecimento e pela ascensão social que o diploma significa. Nesse sentido, o crescimento do acesso ao ensino superior é um desafio para as políticas publicas do Brasil nesta década, que prometem triplicar a população universitária.

É neste contexto que entram os financiamentos estudantis, e embora o Brasil conte com programas como o Fies, que cresceu rapidamente, mas de forma modesta (dos 100 mil novos contratos prometidos para 2010, somente 35 mil foram concretizados) e Prouni, ainda estamos longe de atender a totalidade dos estudantes, o que reflete na desigualdade social.

O Brasil tem muitas contradições, e na educação não é diferente. As universidades privadas são responsáveis, hoje, por 75% dos matriculados no país, alunos que, em sua grande maioria, vieram do setor público, daí a grande importância dos financiamentos.

A nação precisa dar condições para que esses estudantes consigam atingir e concluir o ensino superior e entendo que os financiamentos privados têm muito a contribuir para o Plano Nacional de Educação.

Como todo desafio, há dificuldades. No financiamento privado, os estudantes devem indicar um fiador, e há o temor de assumir uma dívida de longo prazo.

Por outro lado, estes estudantes representam tudo o que os bancos temem. Não têm histórico de crédito, não podem assumir grandes parcelas e as taxas de juros cobradas deste público são baixas, gerando pouca rentabilidade para o financiador.

No modelo americano, adotado em países latino-americanos como o Chile, o financiamento para a universidade é concedido por bancos privados, porém fundos educacionais públicos são usados como fiadores, o que dá garantias ao sistema financeiro de que vale a pena investir no aluno.

Acredito no Brasil e na educação. Acredito mais ainda que setor público e privado podem superar o difícil caminho da inclusão trabalhando juntos, ampliando os programas já existentes e dando espaço para novos parceiros nesta empreitada, com dialogo e envolvimento nas políticas educacionais.

Para tanto, é primordial termos modelos confiáveis de certificação aliado a qualidade de ensino e pesquisa, e, principalmente, as instituições precisam assumir a responsabilidade social do ensino.



*Maria Lúcia Amary é deputada estadual pelo PSDB e integra a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa.

alesp