Despejo de famílias do Conjunto Itanhaém C-2


22/09/2003 17:43

Compartilhar:


Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

"Apesar do compromisso assumido pelo secretário de Habitação, Barjas Negri, de que haveria negociação com os inadimplentes, mais de 30 mutuários do Conjunto Itanhaém C-2, no bairro Guapiranga, em Itanhaém, foram despejados. Outras 40 famílias estão com ordem de despejo iminente. E mais 300 poderão ter o mesmo destino, até o final do ano." A informação é da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que enviou ofício ao secretário Barjas Negri, pedindo que os despejos sejam suspensos.

Prandi disse que esteve com Barjas Negri, em junho deste ano, quando o secretário se comprometeu a determinar a abertura de negociação, "o que não aconteceu". A declaração do secretário, segundo a parlamentar, foi testemunhada por um grupo de mutuários que participou da audiência. Naquela oportunidade, Negri teria afirmado que as famílias com ordem de despejo decretada deveriam solicitar a renegociação. "A Justiça nos consultará a este respeito e a Secretaria irá se posicionar a favor do novo acordo", explicou.

Foi um dos participantes da audiência, o mutuário Luiz Antônio Pereira, quem comunicou à deputada que os despejos estão sendo consumados, sem nenhuma possibilidade do prometido acordo."Há um clima de muita revolta, desespero e indignação entre os mutuários. A CDHU, companhia de habitação do Governo do Estado, está intransigente e irredutível. Os mutuários que não quitam a dívida à vista estão tendo o despejo confirmado", critica Maria Lúcia Prandi.

Segundo o esclarecimento da parlamentar, sem o parcelamento, cerca de 400 famílias correrão o risco de perder a casa própria, o que representa quase a metade dos mutuários."É uma situação grave, que merece atenção especial, não se pode permitir que tantas famílias fiquem sem ter onde morar. Haverá o agravamento dos problemas sociais de Itanhaém", alertou. Sem terem onde morar, as famílias despejadas poderão vir a ocupar margens de rios, áreas de mangue e encostas de morros. "É fundamental que haja a chance de negociação. É impensável que os mutuários vejam desabar o sonho da casa própria e percam tudo que já investiram", salienta.

Com a economia baseada fundamentalmente no turismo e na prestação de serviços, a cidade de Itanhaém enfrenta altas taxas de desemprego. "Os mutuários são vítimas da crise. É preciso dar um crédito às famílias, que somente deixaram de pagar as prestações, salvo raras exceções, por absoluta falta de recursos", arremata Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp