Da assessoria da deputada Beth Sahão

O ex-diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, professor Vasco Carvalho Pedroso de Lima, afirmou nesta terça-feira, 23/9, durante audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Legislativa para debater problemas enfrentados pelo hospital, que a Secretaria de Saúde ignorou seus pedidos de socorro durante todo o período em que esteve à frente da instituição. A audiência foi proposta pela deputada Beth Sahão (PT).

Segundo Lima, que foi exonerado há três semanas, durante a exposição pública da crise pela qual passa o Emílio Ribas, os repasses feitos pelo Estado estão sofrendo reduções drásticas nos últimos anos, o que levou à deterioração do prédio que abriga a instituição e da qualidade do atendimento. Somente em alimentação, a queda dos repasses de janeiro a agosto deste ano foi de 44% em relação ao mesmo período de 2002, afirmou. Ele disse que tentou várias vezes falar com o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, mas não obteve atenção. Chegou a dizer que se arrependeu de não ter pedido demissão antes.

Barradas não compareceu à audiência. Ele alegou que o Ministério Público já havia considerado improcedentes denúncias feitas por um veículo de imprensa, o que, na sua opinião, tornava desnecessária sua presença.

Para Beth Sahão, a postura do secretário foi desrespeitosa, uma vez que a audiência foi motivada por irregularidades como falta de medicamentos e equipamentos quebrados, constatadas pessoalmente pelos deputados em visita à instituição no mês passado. "É um desrespeito ao Legislativo que, infelizmente, afeta diretamente a população dependente dos serviços da instituição", lamentou a deputada.

O representante enviado pelo secretário, o atual diretor técnico do hospital, Sebastião André de Felice, não tinha informações suficientes para esclarecer os questionamentos feitos pelos petistas, como valor exato de repasses anuais, motivação dos cortes e políticas orçamentárias previstas. Beth e Fausto Figueira (PT) propuseram a convocação do secretário, o que tornaria obrigatória sua presença em outra audiência, mas a proposta não foi aprovada pela comissão.

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