Opinião - Educação alimentar

A lei é o primeiro passo para educar nossa população sobre a maneira adequada de se alimentar
01/03/2012 14:50

Compartilhar:


Restaurantes de refeições rápidas do Estado de São Paulo têm dois meses para se adaptar à lei de minha autoria sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em dezembro. No final de abril, as chamadas redes de fast food já devem estar preparadas para divulgar em cardápios, embalagens e painéis os dados nutricional e calórico dos alimentos.

Mais do que oferecer ao consumidor o direito à informação sobre a quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras e sódio que ingere a cada refeição, a lei é o primeiro passo para educar nossa população sobre a maneira adequada de se alimentar. É medida preventiva para evitar doenças relacionadas à obesidade, que já atinge 15% dos brasileiros.

O Ministério da Saúde alertou a sociedade no último ano, quando realizou pesquisa apontando que metade dos brasileiros (48%) está acima do peso. Isso, graças à nova era que presenciamos, cujas alterações no modo de vida não podemos ignorar. A melhora da situação econômica no Brasil e as novas ferramentas de propagandas impulsionaram o consumo em todas as áreas. Opções atrativas no que se refere à alimentação rápida deram espaço ao consumo inadequado.

Neste cenário, crianças adaptadas à geração virtual e que não praticam atividades físicas são as principais vítimas. A exposição à refeição rápida, saturada de gorduras e excessivamente calórica, provocou sobrepeso no dobro dos meninos e quase o triplicou entre as meninas nos últimos 20 anos " segundo pesquisas do IBGE.

O reflexo da nova lei será positivo em todos os sentidos: favorecerá pessoas em dieta, seja devido a doenças como diabetes e hipertensão ou para evitar a obesidade e, sobretudo, reduzirá os custos do Estado com saúde pública.

Na Assembleia Legislativa, discutimos outras dezenas de projetos com a mesma intenção de evitar a obesidade porque entendemos que é preciso criar a cultura do conhecimento e educar o consumidor a se alimentar adequadamente.

Os estabelecimentos estão sob fiscalização da Vigilância Sanitária. Se descumprirem a norma terão de pagar multa equivalente a R$ 7 mil. Nosso objetivo não é prejudicar os empresários, mas mostrar que todos são parte fundamental nesse processo de adaptação.

*Alex Manente é deputado estadual pelo PPS, líder do partido na Assembleia e coordenador da legenda no Grande ABC.

alesp