A (IN)COMPETÊNCIA DOS TUCANOS PAULISTAS - OPINIÃO
Recentemente um cidadão me abordou espantado por ter visto no noticiário da TV um protesto na região de Bragança Paulista. A população reclamava do atraso nas obras de duplicação da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Ela continua inconclusa, necessitando de um grande aporte de recursos.
Aquele cidadão imaginava que a duplicação desta estrada, iniciada há quase uma década, já estava concluída há muito tempo, pois ainda na campanha eleitoral de 1996 os candidatos do PSDB a apresentavam como uma grande realização dos governos tucanos - em 1996, o governador de Minas Gerais também era do PSDB e, naquele ano, mesmo a duplicação da rodovia no lado paulista nem bem havia sido iniciada a propaganda correu solta, com imagens de computador.
Assim como no caso da Fernão Dias, várias das realizações que a propaganda tucana tem divulgado podem facilmente ser explicadas como enganosas. Sobre as finanças do Estado, reza a propaganda que o governo Covas-Alckmin teria acabado com o déficit orçamentário herdado da trágica gestão Fleury graças a sua "competência administrativa". Entretanto, uma melhor análise comprova que os cortes de gastos se deram às custas da transferência de uma despesa aproximada de um bilhão de reais/ano para os municípios - que foram obrigados a assumir os gastos com o ensino fundamental - e da desobrigação do Estado em fazer investimentos e manutenção das rodovias que privatizou, transferindo para os contribuintes a conta de aproximadamente um bilhão de reais por ano, cobrada avidamente pelas concessionárias.
Além disso, entre os anos de 1994 e 2000 a dívida do Estado, somente da administração direta, subiu de 12 para 68 bilhões de reais, enquanto a capacidade de investimento e planejamento de desenvolvimento decaiu, pelo fato de o governo ter se desfeito de empresas públicas importantes, como o Banespa. Do ponto de vista da execução de políticas públicas, a propaganda tucana não resiste à realidade da falência da Febem; da transformação da Secretaria de Agricultura em uma agência para uma suposta defesa dos agronegócios - enquanto regiões como o Vale do Paraíba e o Sudoeste paulista testemunham a falência da pesquisa e dos trabalhos de extensão no campo e mesmo alguns dos grandes setores como o canavieiro e o citrícola estão abandonados pelo governo -; da insolubilidade dos problemas relativos à segurança; das ocorrências de epidemias como a dengue, na saúde; além das salas lotadas, violência e autoritarismo na educação.
Toda essa tragédia está se dando como resultado, entre outras coisas, da política do Estado mínimo, imposta com estúpido orgulho desde 1995, que teve como uma das suas faces mais visíveis a demissão de perto de 200 mil servidores públicos estaduais. Depois de seis anos e meio à frente do Estado mais rico da federação, o governo tucano, exercido com o apoio de ampla maioria dos deputados, ainda não consegue promover um debate democrático e regionalizado do orçamento público. Mais ainda: vê-se obrigado, junto com os mais de 30 milhões de paulistas, a apagar as luzes e a botar o pé no breque da economia, porque não há energia elétrica suficiente para trabalhar. Não há propaganda oficial que sustente um quadro como esse. Não foi à toa que os candidatos tucanos ao governo estadual tiveram apenas 17% dos votos no primeiro turno da eleição passada, terminando por ganhar no segundo porque a população queria se livrar de Paulo Maluf. E as coisas continuaram de mal a pior no segundo governo, que parece até mesmo ainda não ter começado.
*Carlinhos Almeida é deputado estadual e Líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa
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