DROGAS QUEIMADAS EM CUBATÃO - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
13/07/2001 16:00

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Na teoria, foi tudo muito bonito: autoridades federais e estaduais aplaudiram o ato da queima de 138 toneladas de drogas no fim de junho, no município paulista de Cubatão. Essa droga foi apreendida de traficantes nos últimos anos, no Estado de São Paulo. Sob o ponto de vista do marketing, em que os governos tucanos se especializaram, vai tudo muito bem: parece que está encontrada a solução para todos os males. Na prática, porém, tudo não passa de enganação: os traficantes continuam agindo livremente em todo o território paulista, comercializando muito mais drogas do que essas 138 toneladas destruídas com festa em Cubatão.

Os traficantes contam com aviões, usam campos de aviação clandestinos que nunca são descobertos pelas polícias e conseguem colocar a droga em todas as cidades. Por mais que os governos tentem negar, nunca se consumiu tanta droga quanto hoje em dia, no Estado de São Paulo. Já não existem cidades imunes aos traficantes.

De vez em quando, o ministro da Justiça, José Gregori, aparece em público para fazer mais um daqueles seus discursos já muito conhecidos, afirmando que o governo federal está agindo para cortar o mal pela raiz. Na verdade, o ministro Gregori está desmoralizado e não adianta preparar cerimônias de destruição de armas em Brasília e de destruição de drogas em Cubatão: o crime deve ser combatido com atitudes concretas. É tudo muito bonito, nosso Estado entrou para o Livro Guinness de Recordes com a barulhenta queima de 138 toneladas de drogas em Cubatão - mas apresentando, a cada dia, um número maior de novos viciados no consumo de tóxicos. Os traficantes estão rindo.



* Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL

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