O VANDALISMO CONTRA OS TRENS - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
03/07/2001 16:29

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Uma das atitudes mais positivas do governo Mário Covas, em seis anos de altos e baixos, foi a compra de trens espanhóis para modernizar as linhas de subúrbios da Região Metropolitana de São Paulo, da antiga Central do Brasil e da Santos-Jundiaí, que eram caóticas quando administradas pelo governo federal e melhoraram muito.

O mesmo aconteceu com as duas linhas da antiga Fepasa, que saíam da Estação Júlio Prestes para as regiões de Osasco e de Santo Amaro. Os antigos vagões foram substituídos pelos modernos trens espanhóis, garantindo conforto aos passageiros.

Portanto, a grande conquista foi a mudança de situação dos passageiros de trens de subúrbios, que antes eram transportados como gado, na ida de casa para o trabalho, e agora passaram a ter um tipo de transporte mais próximo do primeiro mundo. Acontece que esse conforto e esse progresso têm um grande inimigo: o vandalismo. De repente, começaram a desaparecer as janelas de aço e de vidro dos trens que fazem a linha entre a Estadão Júlio Prestes e Amador Bueno, adiante de Osasco.

Descobriu-se, então, que alguns adolescentes destruíam as janelas para retirá-las e vendê-las como sucata por 20 reais cada uma. Só no mês de maio, sumiram 131 janelas de vagões naquela linha. Neste ano, já foram 384. O conserto de cada uma custa 852 reais.

Em Ribeirão Preto, milhares de linhas telefônicas ficaram impossibilitadas de fazer ligações interurbanas por algumas horas porque alguns vândalos cortaram cabos de fibras óticas que ligam a cidade ao resto do Estado. Entre esse tipo de vandalismo e aquele da destruição das janelas de trens, não há diferença: tem de haver punição.

*Afanasio Jazadji é advogado, jornalista, radialista e deputado estadual pelo PFL.

alesp