OS ALICERCES PARA O DESENVOLVIMENTO PAULISTA - OPINIÃO

Duarte Nogueira*
01/08/2001 17:55

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Quando assumiu o Estado, em 95, o governador Mário Covas tinha uma visão cartesiana de São Paulo. Seu olhar de engenheiro e de administrador público o fez perceber que, além de priorizar o setor social, era preciso também investir pesadamente em infra-estrutura para que a economia do principal Estado do país não sofresse sobressaltos. O governador Geraldo Alckmin pensa da mesma forma.

E as ações nesse sentido começaram pela concessão das rodovias, já que o Estado, sozinho, não teria condições de investir a tempo e no volume necessários para não prejudicar o escoamento da produção paulista. A concessão permitiu também a geração de mais de 20 mil empregos, a aplicação de R$ 2,5 bilhões em obras com repasse do ônus ao Tesouro, para o retorno em recuperação de estradas que ainda estão sob controle do Estado.

O processo de privatização da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) para a distribuição do gás natural garantiu a São Paulo uma alternativa à crise energética. O gás natural será ramificado para três áreas principais: a que abrange a Grande São Paulo, Baixada Santista, região de Campinas, Vale do Paraíba; a das regiões norte, que inclui Ribeirão Preto, e sul.

O potencial energético das hidrelétricas também foi ampliado. Há duas semanas, foi colocada em funcionamento a 10ª turbina da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, antiga Usina de Porto Primavera, uma construção que ficou abandonada quase 20 anos e que somente em 99, no governo Covas, teve sua primeira turbina em operação. Somadas, as 10 unidades geradoras da Usina Sérgio Motta representam mais de mil megawatts, ou seja, energia suficiente para o consumo de três milhões de habitantes. A usina Sérgio Motta terá mais quatro turbinas até o final de 2002.

Na estrutura aeroportuária, foram mais de R$ 9 milhões aplicados em 2.000 pelos governos Estadual, Federal e Municipais, dos quais R$ 5 milhões são provenientes do Tesouro do Estado. O aeroporto de Ribeirão Preto será concedido à iniciativa privada e sofrerá transformações que possibilitarão operações internacionais; isso proporcionará cerca de R$ 8 milhões em investimentos e incremento para o escoamento da produção nacional ao mercado externo.

Para incentivar a agricultura, responsável por 40% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista, há um projeto que envolve quatro programas: o Pró-Estrada, que já garantiu R$ 40 milhões, direcionados para 80 consórcios e envolvendo 500 municípios; o Melhor Caminho, de recuperação das estradas vicinais; o Fim dos Pontes Críticos, programa de obras em estradas rurais na região oeste do Estado e o das pontes metálicas. Com relação a este último, na semana passada o governador assinou convênio com 318 municípios; com os 312 já incluídos, a ação contempla 630 municípios do Estado.

São investimentos de base, alicerces para que o Estado possa continuar seu desenvolvimento. Neste ponto, São Paulo está preparado para o futuro.

* Duarte Nogueira é líder do governo na Assembléia Legislativa e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas (95/96)

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