São Paulo 450 anos - OS FUNDADORES

Antônio Sérgio Ribeiro
27/01/2004 19:15

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Desde a vinda de Pedro Álvares Cabral, a Coroa Portuguesa se preocupou em colonizar o Brasil, mas somente 30 anos depois teve início efetivamente a conquista territorial, com a implantação das capitanias hereditárias. A partir de 1549, quando é determinada a vinda de um governador geral, diretamente subordinado ao rei de Portugal, finalmente o Brasil começa a ser povoado de modo mais sistemático. E assim vieram os primeiros jesuítas, chefiados pelo Padre Manoel de Nóbrega, como missionários para catequizar os indígenas e trazer a palavra da Igreja para os portugueses residentes na colônia. Em homenagem aos 450 anos de fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, que marcou o início da grande metrópole de São Paulo, apresentamos a biografia dos participantes desse fato histórico.

Antonio Rodrigues

Nascido em Lisboa - Portugal, em 1516, e falecido em 19-1-1568, no Rio de Janeiro.

Irmão e, depois, padre jesuíta, Antonio Rodrigues era órfão, assentou praça e com apenas 19 anos embarcou na Espanha em 1535, com destino ao rio da Prata, na armada de D. Pedro de Mendoza. Tomou parte na primeira fundação de Buenos Aires com Mendoza em 1536; na de Assunção-Paraguai com João de Salazar, em 1537.

Com Fernando Ribera foi do Mato Grosso até perto do Maranhão e Amazonas. Acompanhou Domingos de Irala através do Chaco. No Paraguai, aprendeu a língua guarani. Como militar conviveu durante algum tempo com os índios carijós, aprendendo a língua tupi e os costumes. Em 1553 foi do Paraguai para São Vicente a pé, onde foi admitido na Companhia de Jesus, como noviço. Subiu a serra e converteu ao cristianismo muitos índios, entre os quais conquistou grande prestigio devido ao conhecimento que tinha da língua tupi-guarani.

Acompanhou o padre Manoel de Nóbrega na fundação da Aldeia de Piratininga, em 29-8-1553. E foi com ele para Maniçoba (aldeia que se situava às margens do rio Anhembi, hoje Tietê, na região de Itu-SP, e que teve curta existência). Foi o primeiro mestre-escola, por determinação do próprio padre Nóbrega, quando da fundação em 25-1-1554 do colégio de São Paulo de Piratininga para os meninos índios, para os quais ensinava na própria língua, e aprendiam a ler, escrever, cantar e tocar instrumentos.

Era cantor e músico. Em São Paulo os curumins aprenderam a tocar flauta. Quando algum dos seus alunos não ia a aula por preguiça, mandava os outros ir busca-lo, e o traziam preso para a alegria dos demais e a satisfação dos pais. Intérprete de Nóbrega, pois sabia a língua dos indígenas, ao mesmo tempo estudava e aperfeiçoava o latim.

Posteriormente, em 1556, esteve no sertão chegando até o Peru e depois, indo até o Paraguai, de onde retornou em 1557. Foi com Nóbrega para a Bahia, onde também ministrou aulas. Segundo carta do Governador Geral Mem de Sá para o Rei de Portugal D. João IV, datada de 31-3-1560, havia escolas de 360 moços que sabiam ler e escrever, graças ao trabalho de Antonio Rodrigues.

Foi ordenado padre em 1562, na Bahia. Acompanhou o Padre Manoel de Nóbrega quando se transferiu para o Rio de Janeiro, onde ajudou a fundar o Colégio Jesuíta e foi o responsável pela Aldeia de Araribóia, chefe indígena dos timiminós e fundador da cidade de Niterói.

alesp