Dez mil empregos ameaçados


30/04/2008 20:10

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Cerca de 300 comerciários, pequenos comerciantes e moradores das regiões do Largo 13 de Maio e da avenida Adolfo Pinheiro em Santo Amaro (Capital) realizaram um ato de protesto na Assembléia Legislativa nesta quarta-feira, 30/4. Eles vieram buscar apoio dos deputados contra a construção da estação do Metrô Adolfo Pinheiro " linha 5 " em local que desapropriará inúmeros imóveis comerciais, deixando sem emprego mais de dez mil trabalhadores.

Recebidos pelos líderes da Bancada do PT, Roberto Felício, e da Minoria, Enio Tatto, os manifestantes explicaram que já fizeram sugestão de alterações no projeto sobre onde a estação poderia ser construída. Seria na Praça Paulo Eiró, cerca de 200 metros do local, o que não prejudicaria o comércio local, além de reduzir os gastos do dinheiro público com indenizações de desapropriações. Felício enfatizou que "este projeto do Metrô precisa ser revisto. As obras são absolutamente necessárias, mas o respeito ao trabalho dos cidadãos também". Tatto, que tem acompanhado o assunto ao lado dos comerciários, protocolou requerimento na Comissão de Transportes e Comunicações, para a realização de uma audiência pública com a presença do secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e presidente do Metrô, José Luiz Portella. O deputado petista Simão Pedro também participou do ato de protesto e afirmou que estará ao lado dos comerciários na pressão junto ao secretário Portella.

A Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiro protocolaram nesta semana representação no Ministério Público contra as desapropriações que o Metrô pretende fazer no local. Segundo os líderes do movimento, a medida foi adotada devido à falta de diálogo com representantes do Metrô que desde a edição de decreto de desapropriação só estiveram no local quando a população já tinha realizado protestos e feito denúncias contra a postura da companhia.

A galeria Borba Gato, que é um dos símbolos do bairro Santo Amaro e referência da cidade há 61 anos, também está ameaçada pelo Metrô, que pretende desapropriar área de 40 mil m² de extensão para ser o canteiro das obras.

Regina Buttner, líder da Associação dos Lojistas, avalia que o Metrô não fez nenhum estudo de impacto econômico e social e declarou: "nós queremos que o Legislativo seja intermediário na abertura de um canal com o governo do Estado. Pretendemos sensibilizar a autoridade e apresentar nossa alternativa".



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