Itamar Franco confirma sua candidatura à presidência da República em encontro na Assembléia

Lideres peemedebistas firmam posição contra Michel Temer para a presidência do partido (com fotos)
10/08/2001 20:56

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Em coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 10/8, no auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, confirmou sua candidatura à Presidência da República, caso encontre um partido que abrigue seus ideais, contrários aos do governo federal. "É inaceitável um governante que permite que o presidente do Banco Central sugira ao mercado estrangeiro que não invista em Minas Gerais."

Ele fez críticas ao presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e

afirmou que Minas Gerais é o Estado que se opõe com maior veemência ao governo FHC. "Minas quer um novo modelo de governo, é um Estado que está à frente neste país."

O governador mineiro disse que "meditará sobre sua saída do PMDB" se o partido continuar a acatar os princípios de FHC, quebrando os da própria legenda. "O PMDB não pode ser um apêndice do governo que defende os interesses do mercado internacional e vende estatais." Itamar, disse ainda que vai decidir seu rumo político após a convenção do partido.

Sobre a candidatura de Michel Temer à presidência do PMDB, Itamar declarou que não apoiará o deputado federal "uma vez que ele é um discípulo de FHC, representa os interesses do governo e não os do partido. Temer nada faz sem consultar o Palácio do Planalto, pois é um mero coadjuvante do presidente". O governador não vê um nome que possa ser de consenso na convenção do PMDB. "O que sei é que não apoiaria alguém que não reconhecesse meus princípios e que desse sustentação a FHC, como o Michel Temer."

Quanto aos partidos políticos que declinaram convite para seu ingresso, Itamar afirmou que respeita todos e que tem estima pelo PL. Quanto ao PT, comentou que tem boas relações com o presidente do partido, José Dirceu, e com Lula.

Itamar recordou os números de sua gestão na Presidência da República. "Quando sai, deixei 66 milhões de reais em dívidas, que hoje passam de R$ 500 milhões. O PIB era de 5,8 e até hoje o governo FHC não atingiu esse índice." Para ele, será difícil a esquerda combater o governo. "As esquerdas brasileiras erram em não conversar, ou até mesmo se somar. É preciso um entendimento. Se eu representar esse entendimento para a oposição, serei candidato."

O governador acredita que sua candidatura fará frente ao presidente justamente porque FHC declarou que não a quer: "O presidente interfere no PMDB sem esconder isso. Ele é ardiloso, ingrato e falso. Mas, toda vez que o partido aceita isso, se torna pior que FHC".

/n+/Tom nacionalista./n-/ Logo depois da coletiva, o governador de Minas Gerais se dirigiu ao auditório Franco Montoro, onde foi recebido por centenas de militantes do PMDB que gritavam palavras de ordem em defesa de sua candidatura à Presidência da República e a de Orestes Quércia, para o governo de São Paulo. Em tom nacionalista, voltou a criticar a política econômica de FHC e os "peemedebistas pusilânimes que se ajoelham no Planalto na frente de um presidente que governa o país em nome dos interesses estrangeiros".

Diante de um auditório repleto de militantes quercistas, tanto Itamar quanto Quércia fizeram questão de firmar posição contra a candidatura do deputado federal Michel Temer à presidência nacional do partido e pediram a permanência do senador Maguito Vilela no cargo. Vilela, por sua vez, defendeu a formação de uma candidatura peemedebista à Presidência: "O PMDB é o maior e o melhor partido deste país e não pode ficar fora da disputa presidencial do próximo ano", afirmou o ex-governador de Goiás.

alesp