CPI federal que investiga roubo de cargas ouve acusados de furto de caminhão em Piracicaba


24/11/2000 17:45

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A Comissão Parlamentar de Inquérito constituída pelo Congresso Nacional com a finalidade de investigar o crescimento dos roubos de cargas nas estradas brasileiras prosseguiu seus trabalhos na tarde desta sexta-feira, 24/11, ouvindo os depoimentos dos caminhoneiros Wagner Jadir da Silva e Maurício Meneghetti. Os dois foram presos no município de Saltinho, acusados de participação no furto, em Piracicaba, de um caminhão frigorífico pertencente à Transportadora Translima, de Cuiabá.

Wagner Jadir da Silva negou seu envolvimento no furto. Segundo ele, ao desviar-se da Rodovia Castelo Branco para evitar o grande número de pedágios, acabou dando carona a João Cláudio Ferro, antigo motorista da Transportadora. À noite, teria deixado o caminhão sob os cuidados de Ferro, em um posto de gasolina nas proximidades de Piracicaba, para passar a noite com uma mulher que acabara de conhecer. Ao retornar, se deu conta do desaparecimento do veículo e ligou imediatamente para a polícia, que já o havia localizado.

Para os membros da CPI, o depoimento de Wagner está repleto de incongruências. De acordo com o presidente da comissão, senador Romeu Tuma (PFL/SP), que leu cópia do depoimento prestado por João Cláudio Ferro à polícia, as fortes contradições entre as duas versões indicam a existência de um "conluio" entre os envolvidos, caracterizando crime de formação de quadrilha.

O depoente Mauricio Meneguetti disse que sua prisão foi uma incoerência. Ele afirmou que não conhecia as demais pessoas presas na mesma ocasião. "Minha vida se transformou numa seqüência de trágicas coincidências. Depois que sai da Polícia Civil, fui execrado pela sociedade", declarou Meneguetti.

Os integrantes da CPI lembraram a Meneguetti que ele possui 3 processos criminais. "Não sei do que se trata o processo em Barretos nem conheço as pessoas envolvidas, quanto ao processo por peculato na polícia fui absolvido."

Ao serem colocados lado a lado, Meneguetti e Wagner disseram que não se conheciam. Entretanto, os membros da CPI apontaram que os dois estavam no Posto Menegati, de onde o caminhão foi roubado, na mesma data e horário do crime.

Até o fechamento desta matéria, os demais depoentes não haviam comparecido para prestar depoimento. Entretanto, esta foi a última reunião da CPI mista federal a ser realizada no âmbito deste Legislativo.

alesp