Nas múltiplas experiências da arte contemporânea, a pintura de Val Santinho se apresenta através de uma interessante intervenção operativa apta a recuperar a figura humana e mais precisamente a feminina nas suas peculiares características de harmônica composição. Os resultados são imagens delineadas com firmeza, com imediata resposta, nas quais se vê uma busca de valores existenciais.

Suas figuras nos aparecem captadas num momento de melancólica espera, submersas num silêncio absoluto que cria aquele sentido de mistério, próprio de suas composições. Elas são contidas por uma sutil tensão do traço que circunscreve os volumes anatômicos numa pesquisa expressa que vai além da simples realização pictórica para se tornar sentimento intenso de vida, medida precisa de uma decisão humana em que se conclui o tema.

A artista se abre, em tal sentido, a um diálogo intenso com os seres humanos, onde a matéria se funde com um tempo de recordações que surgem de um verdadeiro e próprio abandono e constituem elementos de uma triste visão. Val Santinho procura na realidade uma verdade escondida, um mundo fora dos canais normais das percepções visuais para nos restituir imagens pouco comuns, expressões de uma longa experiência.

A exemplo da obra Açucena, doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o espectador pode viver o instante emocional, uma incansável proposição de situações nas quais encontra-se a íntima necessidade de comunicar, de recriar sobre a tela a imagem de uma evocação da figura humana.



A Artista

Val Santinho nasceu em São Paulo, em 1950. Realizou cursos de desenho e técnicas de "pinturas no Brasil no século XIX e Pintores Vaiantes", na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

Participou de diversas exposições coletivas e individuais, entre elas: Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal SP (1995); Vera Cruz, "Um Sonho Paulista", Museu Brasileiro da Escultura, SP; "Energia Cristal", Grupo dos Nove, Galeria Sérgio Longo, SP (1999); "Tendências da Arte", Nini Barontini Galeria, Curitiba, PR; "Brasil 500 anos", Parque do Ibirapuera, SP "Arte na Rampa", Prodam, Prefeitura Municipal de São Paulo, Ibirapuera, SP (2000); The American School, SP; Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba, "Simplesmente Mulher", (Fundacc) (2001); "São Paulo 450 anos", Abach, Casa da Fazenda do Morumbi, SP (2002); "Um Toque de Mulher", Tênis Clube Paulista, SP (2003).

Esteve presente nos seguintes eventos internacionais: Brasilian Art in Washington, Mostra de Retorno SP (1997 e 1998); Salón Figuration, Critique Paris, France; "Le Corps et son Mouvement", Galerie Everarts, Paris (1998); Salon Figuration Critique, Sintra, Portugal; Salon des Indépendants, Espace Eiffel Branly e Projeto Brasil Contemporâneo, Espace Richelieu, Paris, France; World Trade Center, México; 5º Salón Internacional de Barcelona, Espaço Acea, Barcelona, Espanha (1999); "Carnaval Brasil", Ministére des Economies et Finances, Paris France; Projeto Brasil Contemporâneo "Quinta das Cruzadas", Sintra, Portugal (2000); Amazônia, Berliz´Arte, Lisboa, Portugal (2001); 1ª Rassegna Internazionale D`Arte, Museo Nacional de Arte Contemporânea, Castelo Piccolomini, Celano, Itália; "Made in Brazil", United States District Court, Maryland, Estados Unidos; Punto D`Incontro, Rassegna Internazionale, D´Arte, "Poesia e Música", Palazzo Principi Pignatelli, Roma, Itália (2002); Biennale Internazionale de L´Arte Contemporânea, Firenze, Itália e Biennale Internazionale de L´Arte Contemporânea, Roma, Itália (2002 e 2004).

Val Santinho recebeu diversos prêmios, menções honrosas, troféus, medalhas de bronze, de prata e de ouro. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares no Brasil, no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.