AS AMEAÇAS NOS SEMÁFOROS - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
27/07/2000 16:24

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Em meus tempos de garoto, lembro-me quando começava a aumentar o movimento de carros nas ruas de meu bairro, a Moóca, em São Paulo, e as comunidades passavam a exigir a instalação de semáforos contra o risco de colisões e atropelamentos. O semáforo, com suas três lâmpadas de cores diferentes foi mesmo uma bela invenção: a luz verde significa passagem livre; a amarela, atenção, a vermelha, parada obrigatória.

Esse tipo de equipamento de trânsito é mais conhecido em São Paulo como semáforo, uma palavra de origem grega, embora muita gente prefira chamá-lo de "farol". Já no Rio, as pessoas preferem o termo "sinal"; em Porto Alegre, é "sinaleira".

O nome não importa muito, mas sim a eficiência, já comprovada. No entanto, de uns tempos para cá, os semáforos da cidade de São Paulo e de inúmeros municípios do Interior e do Litoral passaram a ser sinônimo de um outro tipo de perigo: a ameaça de assalto, o risco de morte nas mãos de um bandido qualquer. Assaltantes permanecem nas esquinas, à espreita das vítimas que, ao obedecer o sinal vermelho, acabam sendo atacadas. Diante de qualquer suspeita de reação do motorista, os ladrões apertam o gatilho e aumentam as estatísticas da violência em nosso Estado.

De madrugada, a tática é evitar parar o carro diante do sinal vermelho, pois o perigo cresce muito mais. De modo inteligente, as autoridades de trânsito de algumas cidades estão perdoando as infrações de sinal vermelho cometidas de madrugada, mas outras autoridades não se curvam. E essa insensibilidade tem provocado centenas de vítimas. Até quando?



Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL.

alesp