DA REDAÇÃO

Os projetos vencedores da quarta edição do Parlamento Jovem foram homologados nesta quinta-feira, 7/11, pelos membros da Mesa Diretora, deputados Walter Feldman, Hamilton Pereira e Dorival Braga. Os 94 deputados jovens selecionados foram apresentados pela equipe técnica responsável pela organização do processo, que se concluiu no dia 22 de novembro, quando acontecerá no plenário da Assembléia Legislativa a sessão na qual os estudantes explicarão e votarão as suas propostas.

O secretário-geral parlamentar, Auro Augusto Caliman, apresentou alguns dados desta quarta edição do Parlamento Jovem, que recebeu a inscrição de 327 projetos de estudantes da 5ª à 8ª série, representando 143 municípios do Estado. Segundo Caliman, houve uma redução do número de inscritos em relação ao ano passado, que computou 391 projetos. "Isto demonstra a necessidade de aperfeiçoamento do processo. O crescimento da participação de escolas da rede particular e a diminuição proporcional das escolas públicas, estaduais e municipais, são dados que merecem atenção. Poderia haver maior comprometimento dos dirigentes de ensino público, incentivando e estimulando atividades com os alunos ao longo do ano letivo voltadas ao Parlamento Jovem."

Outras informações destacadas foram a superioridade da participação feminina e a concentração da maioria dos participantes entre os alunos da 8ª série, situados na faixa etária de 14 anos. Dentre os 94 eleitos, 17 são da Capital, 15, da Grande São Paulo, e 62, do Interior (representando 49 municípios). As principais preocupações dos estudantes refletiram-se no número de projetos pertencentes aos partidos da Educação e da Natureza: o primeiro assinalou 107 projetos, dos quais 31 foram vencedores, e o segundo respondeu por 56, sendo 17 deles selecionados.

Aperfeiçoamentos

A quarta edição do Parlamento Jovem coincide com o último ano da atual legislatura. Segundo os deputados Cesar Callegari (PSB) e Célia Leão (PSDB), idealizadores do projeto, a experiência merece alguns aperfeiçoamentos para que seu êxito tenha continuidade nas próximas legislaturas. Callegari está propondo a inserção da participação de estudantes do ensino médio, de maneira que o Parlamento Jovem seja realizado alternadamente, num ano envolvendo os alunos de 5ª a 8 ª séries, e noutro, os alunos de 1° a 3º ano do ensino médio.

O ideal seria, segundo Cesar Callegari, que a participação abarcasse mais de 5 mil escolas em todo o Estado. "Temos uma tarefa central: o envolvimento da rede pública de ensino, com a participação ativa da Secretaria da Educação". O parlamentar destacou que o programa do Parlamento Jovem já serviu de modelo para um conjunto de iniciativas interessantes adotadas em várias câmaras municipais.



Ampliação da participação da juventude

O presidente Walter Feldman acrescentou a proposta de se perseguir, na esteira do Parlamento Jovem, a criação do Parlamento da Juventude. A idéia é envolver a participação não apenas de jovens estudantes, mas também dos movimentos e das organizações da juventude. Feldman considera que a criação da Secretaria da Juventude, que deve se instalar no Carandiru, não é o bastante para os desafios da participação dos jovens. Diante dos graves problemas da violência, do envolvimento com as drogas, desemprego, gravidez precoce, as poucas políticas públicas para a juventude têm se demonstrado limitadas. Segundo ele, o Legislativo constitui espaço privilegiado para se estabelecer canais de comunicação com a juventude, de modo que se dê forma política aos seus desejos e aspirações. "Precisamos transformar a Assembléia num espaço efetivo para a juventude, transformá-la num fórum permanente de participação de entidades e organizações que permita a circulação da pluralidade de opiniões. Se nós não tomarmos essa iniciativa, não teremos como progredir em direção ao futuro da participação da juventude."