O profissional e o meio ambiente

Opinião
04/06/2008 19:08

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Nesta quinta-feira, 5/6, Dia Mundial do Meio Ambiente, o termo "desenvolvimento sustentável" será o tema que vai inspirar centenas de debates e longas reuniões.

Para se chegar a um resultado eficaz, esse "desenvolvimento" precisa estar atrelado a tecnologias apropriadas e a um gerenciamento consciente, pois as atividades comerciais e industriais - não só no Brasil como em todo mundo - necessitam de uma adoção de práticas de gestão ambiental, sempre levando em conta os investimentos necessários para a proteção do meio ambiente.

Isso ocorre principalmente por causa das profundas transformações do modelo econômico, fruto de uma reestruturação produtiva, da integração mundial dos mercados financeiros, da globalização das economias e, por conseqüência, da abertura de novos mercados graças à quebra de barreiras protecionistas.

Essas mudanças se verificam especialmente em países de economia emergente que entraram na luta pela competitividade tecnológica, sempre visualizando as exigências das leis ambientais - cada vez mais duras e coercitivas.

Graças ao apoio popular, os cuidados com o meio-ambiente acabam gerando atritos entre legisladores, empresas e vários setores da economia.

No Brasil, a questão do meio ambiente tem provocado acirradas discussões. Grandes empresas precisam acompanhar a velocidade das mudanças das leis, além de ter uma visão mais detalhada e consciente sobre crescimento sustentável. Só assim elas continuarão atuantes e inseridas num mercado cada vez mais exigente.

Notamos que algumas empresas, localizadas no interior dos estados brasileiros, enfrentam dificuldades no diálogo com órgãos ambientais, pois nem sempre conseguem cumprir as exigências por estes estabelecidas - ou às vezes por pura falta de conhecimento específico da legislação.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias em 2007 revelou que a questão ambiental está cada vez mais presente no planejamento das empresas. O resultado mostrou que cerca de 80% das empresas realizaram procedimentos associados à gestão ambiental.

Já as indústrias de grande porte adotaram medidas em proporção maior que aquelas de pequeno e médio porte (87,7% e 72,2% respectivamente).

Apesar disso, observa-se que o profissional brasileiro não está devidamente qualificado para lidar com essa nova realidade.

A questão ambiental requer que o empresariado se alie a profissionais capacitados e preparados para enfrentar as exigências atuais. Sem falar que estes profissionais, para obterem tal patente, dependem do embasamento teórico e científico fornecido por centros de ensino altamente qualificados.

Ou seja, o profissional que o mercado atual precisa deverá saber e praticar a Gestão Ambiental, que tem como princípios básicos a qualidade, a criatividade, a humanidade; a lucratividade, a continuidade e a ética, para que na prática se atinja o Desenvolvimento Sustentável.

Os que entenderem estes conceitos básicos e aplicá-los, terão como resultado o consenso, a abertura de novos mercados, as reduções dos custos e dos riscos e a qualidade de vida.

Mas estes resultados podem se tornar mais visíveis se a eles forem agregados a utilização de tecnologias inovadoras e estratégicas e o aumento da responsabilidade social em relação às questões ambientais.

Resumindo: o profissional dos tempos modernos, independente da área de atuação, deve ter em mãos as ferramentas necessárias para aplicar uma gestão ambiental eficiente.

Afinal, o resultado vai refletir no menor impacto sobre o meio ambiente, graças ao uso das melhores técnicas e do cumprimento da legislação vigente.

Graças à conscientização proveniente da necessidade atual de se proteger o meio ambiente, várias empresas procuram seguir à risca estes novos conceitos de desenvolvimento sustentável, incorporando os modelos atuais de gestão ambiental.

Existe, hoje, a necessidade de se implantar sistemas organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais e as fontes de matéria-prima, que promovam o combate ao desperdício e ampliem as atividades de reciclagem.

Pelo menos é o que pede este novo cenário.



*Edson Giriboni é deputado estadual pelo Partido Verde

alesp