Deputada Prandi pede rigor na fiscalização do uso de fungicidas nas plantações do Vale do Ribeira

Da Assessoria
09/10/2002 18:06

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) quer rigor do Governo do Estado na fiscalização do uso de fungicidas em plantações de banana do Vale do Ribeira. A parlamentar cobrou providências devido ao aparecimento de uma mancha de óleo, de origem desconhecida, no Rio Ribeira de Iguape, entre os municípios de Eldorado e Sete Barras, na semana passada.

A principal suspeita é que o óleo - um fungicida usado em plantações de banana - tenha vazado de um dos aviões que fazem pulverização na região. Prandi protocolou uma Indicação ao Governo do Estado, além de um Requerimento de Informações para saber se existe fiscalização para combater o uso abusivo ou irregular de agrotóxicos no Vale do Ribeira.

"A origem da poluição tem que ser rapidamente identificada, com a rigorosa punição do responsável. Mesmo tendo a Cetesb considerado baixo o impacto ambiental, não se pode admitir mais agressões a um rio que é vital para o Vale do Ribeira", observa a deputada Prandi.

A mancha de óleo atingiu quatro quilômetros de extensão e, segundo a Cetesb, não havia como recolher o produto que se dispersou, formando uma lâmina de espessura muito fina. "É uma irresponsabilidade e uma displicência muito grande. Quem fez o estrago não se preocupou minimamente com as conseqüências. A punição deve ser ainda mais rigorosa pela omissão de informação", destaca a parlamentar.

CHUMBO

O aparecimento da mancha foi denunciado à Cetesb por uma moradora de Eldorado. Conforme lembra Maria Lúcia Prandi, o Rio Ribeira de Iguape nasce no Paraná e é um dos maiores rios federais. "Historicamente, tem sido agredido por haver em seu entorno áreas de minérios que foram exploradas durante décadas", frisa, ressaltando a contaminação provocada por chumbo.

O diagnóstico da contaminação por chumbo foi feito a partir de estudos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Campinas, além de técnicos da Cetesb. O chumbo foi liberado em grandes quantidades nas águas e no solo da região, por empresas mineradoras que se instalaram nas margens do rio, a partir da década de 20 e por mais de 70 anos.

"Há um passivo ambiental e um inquérito civil sendo conduzido pelo Ministério Público. Não podemos admitir outras agressões ao Ribeira de Iguape, que já sofre também com a poluição orgânica", finaliza a deputada.

alesp