Projeto incentiva doação de órgãos no Estado


18/01/2005 16:43

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi



Sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos, reduzindo a fila de espera por um transplante. É com este objetivo que e deputada Maria Lúcia Prandi (PT) apresentou projeto de lei que institui a Semana de Incentivo à Doação de Órgãos para Transplantes, a ser realizada anualmente, na última semana de setembro. Mais de 60 mil brasileiros aguardam por um transplante, a maior parte - 19.318 - no Estado de São Paulo.

Durante o período, o governo do Estado deverá promover ampla divulgação quanto à necessidade de cada cidadão manifestar, em vida, o desejo de doar os órgãos após a morte. "Muitos desconhecem que não há mais qualquer exigência de uma declaração por escrito", explica Prandi. Um único doador pode salvar ou melhorar a vida de pelo menos 25 pessoas.

"É preciso divulgar amplamente. Milhares de pessoas, inclusive crianças, contraem doenças cujo único tratamento é o transplante. A espera por um doador é dramática. Todo o círculo familiar acaba adoecendo. E muitas vezes não se consegue o doador. A sociedade precisa se mobilizar por essa causa", declarou a parlamentar.

"Existe muito desconhecimento. No caso de doador morto, o diagnóstico de morte encefálica não deixa dúvidas e tem regulamentação do Conselho Federal de Medicina", acrescenta, lembrando que o Conselho exige exames comprobatórios e presença mínima de dois médicos de áreas diferentes. "É preciso que as pessoas saibam também que não acontece a retirada de órgãos de um paciente em coma, que é um estado reversível, ao contrário da morte encefálica, quando nada mais pode salvar a vida", detalha Maria Lúcia.

De um doador cadáver, podem ser aproveitados os seguintes órgãos: coração, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos, cartilagem costal, crista ilíaca, tendão, válvula e pele. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como outra qualquer, realizada com todos os cuidados de reconstituição, o que também é obrigatório por lei.

A parlamentar quer também que o governo estadual divulgue outras questões importantes, como a possibilidade de a doação ser feita em vida. "O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea", esclarece.

Estatísticas

Dados do Sistema Estadual de Transplantes, da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo - atualizados em 1º de novembro deste mês, mostram uma lista de espera bastante preocupante. Há 9.838 esperando por um rim e 3.487 precisando de fígado. Esperando por uma córnea há 5.531 pacientes. Há 80 necessitando de um coração e, 20, de pulmão.

A deputada mostra-se otimista com os possíveis resultados da Semana de Incentivo à Doação de Órgãos, ao verificar que já está havendo aumento de conscientização. Nos dois primeiros meses deste ano, houve um aumento do número de transplantes, em relação ao mesmo período de 2003. Foram 1.835 transplantes contra 561, o que representa crescimento de 44%. "Precisamos trabalhar para alcançar a meta de aumentar em pelo menos três vezes o número de transplantes e diminuir a lista de espera em 70%.

mlprandi@al.sp.gov.br

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