OPINIÃO: O padre e os evangélicos

Padre Afonso Lobato*
15/03/2004 17:14

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Recentemente fui procurado pelo pastor da Igreja Assembléia de Deus, deputado José Bittencourt, para que possamos fazer trabalhos conjuntos. Essa aproximação com os evangélicos demonstra bem o quanto é importante uma nova vivência da fé e forma de fazer política.

Temos muito o que aprender com a garra, determinação e organização dos evangélicos na hora de fazer política. Eles são audaciosos, no sentido positivo, e os setores mais avançados enxergam que precisam da união para atingir suas metas. A visão sectária e de ruptura está ultrapassada. É tempo de nos unirmos em torno do ideal cristão, que é buscar o bem maior, a dignidade da pessoa humana, a liberdade de pensamento e fé. Jesus fala da necessidade da unidade (João 17,21), onde diz que "para que todos sejam um, para que o mundo creia".

Portanto, entendo que devemos buscar a unidade mesmo na diversidade, pois católicos e evangélicos são antes de tudo cristãos. Desde o Concílio Vaticano 2º a Igreja Católica trata o ecumenismo de maneira séria e madura. O Papa João Paulo II tem procurado este diálogo, respeitando o núcleo da fé de cada Igreja. Assumi o meu mandato pensando nisso. Não podemos fazer política e religião rasteira, mas sim dentro da mística e ética da compaixão. É preciso romper com toda forma de discriminação religiosa, política, étnica e sexual.

Na Assembléia Legislativa formamos a Frente Parlamentar das Igrejas e inclusive apresentamos projeto comum para a colocação de bíblias nas escolas públicas do Estado. Portanto, católicos e evangélicos estão caminhando no rumo certo, de buscar o diálogo e a viabilização conjunta de projetos realmente importantes para toda a sociedade.

Este é o grande sonho de Jesus Cristo, a união entre os povos e o respeito pelas diferenças e minorias.

*Padre Afonso Lobato é deputado estadual pelo PV.

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