O objetivo da reunião foi apresentar o Programa Intersetorial de Promoção de Paz e Qualidade de Vida, implantado em Salvador

e mediado pela doutora Heloísa Costa

DA REDAÇÃO

O movimento Diálogos pela Cultura de Paz - uma política inadiável, promovido pelo Conselho Parlamentar pela Cultura de Paz - em formação há um ano na Assembléia Legislativa e composto por vários segmentos da sociedade civil - ouviu na tarde desta terça-feira, 26/11, no auditório Franco Montoro do Parlamento paulista, a doutora Heloísa Costa (*), mediadora do Programa Intersetorial de Promoção da Paz e Qualidade de Vida, implantado em Salvador pela Secretaria Municipal de Articulação e Promoção da Cidadania (Semap), sobre o tema Cultura de Paz como Política Pública.

Violência em múltiplas formas

Heloísa Costa iniciou sua palestra perguntando aos participantes o porquê da dificuldade de se implantar uma cultura de paz, apesar de ninguém gostar de violência. "Se quisermos discutir violência precisamos conhecer o seu significado. Para a maioria das pessoas, ela é sinônimo de agressão, mas existem múltiplas formas de violência, como a fome, a falta de educação, de saúde, o desemprego e o desrespeito aos direitos humanos". Por esse motivo, segundo a especialista em estudos pela paz, o programa implantado em Salvador é intersetorial e modular, onde cada tópico aborda um problema.

Descentralização política

"O prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, pediu à Universidade Federal da Bahia um projeto de construção da paz estimulando valores e atividades que levassem a população a um convívio saudável, elevando a qualidade de vida e reduzindo a violência decorrente de fatores sociais e econômicos. Para planejar e articular as ações que integram a sociedade e o poder público, a Prefeitura criou a Secretaria de Descentralização Política que, através das 17 miniprefeituras, recebe a opinião da população sobre as atividades programadas pelos módulos que compõem o projeto", explicou a representante da Prefeitura de Salvador.

Intercâmbio cultural

O Programa Intersetorial de Promoção de Paz e Qualidade de Vida foi implantado em cinco das 243 escolas da rede municipal de ensino, "mas, se cada região fizer a sua parte, o universo de pessoas atingidas pelo intercâmbio cultural em prol da paz e da cidadania beneficiará um número maior de pessoas". Heloísa Costa disse ainda que o comitê organizador produziu uma cartilha, com linguagem simples e direta, para difundir as idéias do programa a um grupo pessoas que não têm acesso à internet.

Também compuseram a mesa de debates Malu Grandra, do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) e Paulo Santos, do Instituto Röerich da Paz e Cultura do Brasil em São Paulo.

(*) Heloísa Helena Gonçalves da Costa é consultora da Unesco nas áreas de Cultura e Educação para a Paz e Preservação do Patrimônio Histórico Cultural; PhD em Sociologia pela Universidade de Quebec, Montreal; mestre em Ciência Sociais, pela Universidade Federal da Bahia; e licenciada em História pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.