Opinião - Desenvolvimento tecnológico e retrocesso moral

Uma grande crise moral atinge, praticamente, todos os países, tantos os pobres quanto os ricos
28/11/2011 16:14

Compartilhar:


É fantástico o desenvolvimento econômico e tecnológico alcançado pela humanidade, em todos os setores, nos últimos tempos; o homem, através de novos conhecimentos, ampliou os seus domínios e sofisticou o processo produtivo, reduzindo custos e multiplicando resultados. A tecnologia permite viagens e observações interplanetárias. Na Terra, possibilita recordes de produção e aprimora a qualidade dos produtos. É tão grande a série de novos conhecimentos que os seres humanos alcançaram até notável ampliação dos anos de vida; vive-se, devemos reconhecer, mais e melhor!

Triste, entretanto, é reconhecer que, contrastando com esse desenvolvimento econômico e técnico, sentimos o mundo assistindo um expressivo retrocesso no tocante aos valores morais e espirituais. Pensa-se muito no individual e pouco no coletivo e há muita cobrança e pouca transigência com os erros alheios.

Uma grande crise moral atinge, praticamente, todos os países, tantos os pobres quanto os ricos; em alguns é maior, em outros menor. Mas, em todos, é uma amarga realidade.

Essa crise moral, essa crise de caráter, lamentavelmente não é privilégio de classe social ou econômica: acompanhando o noticiário da imprensa vemos que a conduta ilegal, imoral, corrupta e inescrupulosa tem como agentes tanto pessoas pobres e analfabetas quanto ricos e letrados. Homens poderosos, administradores públicos ou privados, agem desonestamente na busca do enriquecimento à custa da nação.

Várias pesquisas de opinião comprovaram que uma grande maioria, se tivesse oportunidade, a usaria para o enriquecimento praticando ilegalidades e imoralidades pensando estarem sendo "espertos" e não agindo de forma errada. A esperteza, em alguns círculos, deixou de ser vista como defeito de caráter para ser uma qualidade. "Fulano é esperto!", diz-se comumente.

Vivemos, assim, uma crise de valores morais que só incomoda quando atinge determinada pessoa e esta reclama; no mais, a vida continua. Trata-se de uma realidade perversa que precisa, a meu ver, ser modificada; não será tarefa de um dia, um ano ou dez anos.

É difícil, mas não impossível. Para isso, é preciso haver uma verdadeira revolução nas famílias, escolas e igrejas, um engajamento prioritário visando recuperar as atuais gerações e preparar as futuras para conhecer, aceitar e viver uma vida baseada em valores espirituais. Desta forma estaremos construindo um mundo novo de justiça social e de paz.



*Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp