DA ASSESSORIA

Na opinião da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), o adiamento da audiência pública para discutir a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Baixada Santista demonstra o pouco caso com que o governo estadual vem tratando esse projeto. O debate estava marcado para esta quinta-feira, 28/3, mas foi adiado para o dia 26 de abril.

"A forma como o governo estadual vem conduzindo esse processo dá a nítida sensação de que quer vencer pelo cansaço até que a Baixada desista do VLT", afirmou a deputada. "Mas não darei trégua até que as composições entrem em circulação, garantindo à população um transporte mais ágil, barato e não poluente."

Para a parlamentar, o desejo do governo de protelar e esvaziar o debate também fica claro pela data marcada inicialmente para a realização do debate: "Primeiro, marcam para uma véspera de feriado prolongado, mas percebendo que, mesmo assim, a região estava se mobilizando para o debate, o governo protela por mais de um mês a audiência pública."

De acordo com a parlamentar, a data inicial para a realização dessa audiência ficou definida em dezembro de 2001, durante encontro entre lideranças políticas regionais e o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Ribeiro Fernandes. A reunião ocorreu alguns dias depois do secretário ter afirmado que seria favorável à implantação de um corredor expresso de ônibus ao invés do VLT. Segundo Maria Lúcia, a declaração gerou indignação em diversas lideranças políticas da Baixada, que reagiram e fizeram com que o representante do governo reassumisse o compromisso de instalar o VLT e realizar uma audiência pública sobre o projeto.

Para a deputada, o VLT e outras intervenções viárias são essenciais para evitar um caos no trânsito da Baixada e para preparar a região para a integração regional. "Por isso, no caso de não haver interesse da iniciativa privada, o governo estadual deve assumir os investimentos necessários", frisa a parlamentar. "Guardadas as proporções, o VLT é tão estratégico para a Baixada como é o Metrô para São Paulo". De acordo com informações divulgadas pela Imprensa, o projeto deverá custar R$ 280 milhões e será executado em quatro etapas.